5.2.08

Chavões

Grilhetas semânticas


      Parece fazer parte da ordem natural das coisas: se alguém é detido, o aprendiz de jornalista já sabe que o indivíduo ou está nos «calabouços da PJ» ou numa «cela da PSP». Como temos várias polícias, o exercício pode ser empolgante. Proponho, assim, aos senhores jornalistas a seguinte tabela fixa: para a GNR, chilindró; para a ASAE, masmorras; para a Polícia Marítima, enxovia; para a Brigada Fiscal, cárcere; para a Polícia Militar, ergástulo; para o SEF, estarim; para a Polícia Municipal, cafua; para o SIS, tronco; para a PJM, séjana; para a Polícia Florestal, cubículo; para o SIED, cativeiro; para o SIEDM, enfiada. Se forem presos e não detidos — e muitas vezes os jornalistas metem os pés pelas mãos e trocam os conceitos —, espera-os, geridos pelos Serviços Prisionais, outros locais: cadeia, estabelecimento prisional ou prisão.

1 comentário:

Anónimo disse...

Se for preso em navio de guerra irá para o "bailéu", palavra que Antenor Nascentes diz em seu Dic. Etimológico ser privativa da língua portuguesa, provavelmente associada ao malaio moderno "balai", 'sala de audiência, tribunal de um magistrado', de onde não é difícil sair-se para o bailéu; Houaiss registra.