20.2.08

Léxico: «chapa»

Quase minimachimbombo

Polissémico, o vocábulo «chapa». Infelizmente, não há um dicionário da lusofonia digno desse nome que registe, a par de tudo o que conhecemos na variante europeia do português, os vocábulos em uso nos restantes países em que se fala o português. Mera utopia, eu sei. Em relação a isto, contentar-me-ia com uma tentativa. Adivinharam: tudo por causa dos recentes acontecimentos em Maputo, uma diferente acepção do vocábulo «chapa» entrou no nosso léxico. Os jornais registaram-no: «A caminho do trabalho, na terça-feira de manhã, apercebi-me [Dr.ª Inês Zimba, médica no centro de saúde do bairro de Benfica, nos subúrbios de Maputo] que estava a acontecer algo porque não havia chapas — transportes privados semicolectivos — e vi muitos estudantes a caminharem para a baixa de Maputo» («Um susto em Maputo», Paola Rolletta, Expresso, 9.2.2008, p. 48). E se o condutor de táxi é taxista, o condutor de chapa é chapista.

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