Imagem: http://www.silvercollection.it/
Faz falta
Desconhecia, confesso, o vocábulo «nateira», a significar o recipiente em que se serve natas à mesa. Descobri-o neste artigo: «Em “O Código dos Wooster” (publicado originalmente em 1938) comparece a sua parelha mais memorável: o saudavelmente lúdico Bertie Wooster, que também narra, e o seu prestimosíssimo valete de quarto Jeeves. A perseguição de uma nateira de prata em forma de vaca, o roubo do capacete de um polícia, o desaparecimento de um caderno de apontamentos com observações perigosas sobre os ruídos que um velho magistrado produz a comer a sopa, eis algumas das terríveis “aventuras” aqui vividas pela dupla» («O pé ou o sapato?», Mário Santos, Público/Ípsilon, 11.1.2008, p. 40). O tradutor da obra recenseada, Ernesto Carvalho, optou por traduzir os termos ingleses cow-creamer e cream jug por «nateira». «They’ve got an eighteenth-century cow-creamer there that Tom’s going to buy this afternoon.” “The scales fell from my eyes.” “Oh, it’s a silver whatnot, is it?” “Yes. A sort of cream jug. Go there and ask them to show it to you, and when they do, register scorn.”» Não vejo a palavra registada em nenhum dicionário, o que não constitui, já sabemos, óbice ou erro. Está bem formada — à semelhança de açucareira, almoçadeira, azeitoneira, bolacheira, biscoiteira, bomboneira, cafeteira, chaleira, chocolateira, fruteira, leiteira, manteigueira, molheira, oveira, saladeira, sopeira, sorveteira, torteira… — e faz falta. Apenas no Novo Diccionario Francez-Portuguez, de José da Fonseca, uma obra publicada em Paris, em 1856, encontro a palavra «nateira», mas noutra acepção: «CREMIÈRE, s. f. (kremiére) cremeira, nateira (mulher, que vende nata).»
Faz falta
Desconhecia, confesso, o vocábulo «nateira», a significar o recipiente em que se serve natas à mesa. Descobri-o neste artigo: «Em “O Código dos Wooster” (publicado originalmente em 1938) comparece a sua parelha mais memorável: o saudavelmente lúdico Bertie Wooster, que também narra, e o seu prestimosíssimo valete de quarto Jeeves. A perseguição de uma nateira de prata em forma de vaca, o roubo do capacete de um polícia, o desaparecimento de um caderno de apontamentos com observações perigosas sobre os ruídos que um velho magistrado produz a comer a sopa, eis algumas das terríveis “aventuras” aqui vividas pela dupla» («O pé ou o sapato?», Mário Santos, Público/Ípsilon, 11.1.2008, p. 40). O tradutor da obra recenseada, Ernesto Carvalho, optou por traduzir os termos ingleses cow-creamer e cream jug por «nateira». «They’ve got an eighteenth-century cow-creamer there that Tom’s going to buy this afternoon.” “The scales fell from my eyes.” “Oh, it’s a silver whatnot, is it?” “Yes. A sort of cream jug. Go there and ask them to show it to you, and when they do, register scorn.”» Não vejo a palavra registada em nenhum dicionário, o que não constitui, já sabemos, óbice ou erro. Está bem formada — à semelhança de açucareira, almoçadeira, azeitoneira, bolacheira, biscoiteira, bomboneira, cafeteira, chaleira, chocolateira, fruteira, leiteira, manteigueira, molheira, oveira, saladeira, sopeira, sorveteira, torteira… — e faz falta. Apenas no Novo Diccionario Francez-Portuguez, de José da Fonseca, uma obra publicada em Paris, em 1856, encontro a palavra «nateira», mas noutra acepção: «CREMIÈRE, s. f. (kremiére) cremeira, nateira (mulher, que vende nata).»
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