Vá para casa estudar
O Público de hoje fala do debate sobre o Acordo Ortográfico na Assembleia da República, como não podia deixar de ser. Entre muitas outras imprecisões, a merecerem uma nova tiragem do jornal, lê-se isto: «As letras “k”, “w” e “y” são oficialmente acolhidas no alfabeto português. É mais uma oficialização do que uma mudança, já que a prática há muito consagrou o seu uso, designadamente em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros. Os dicionários registam, por exemplo, as palavras “kafkiano”, “wagneriano”, ou “yoga”, esta última como alternativa legítima a “ioga”» («Letras que caem, duplas grafias que ficam», L. M. Q., Público, 8.4.2008, p. 3). Não é verdade. O Acordo Ortográfico de 1945, que está em vigor, estabelece: «O k, o w e o y mantêm-se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros que se escrevam com essas letras: frankliniano, kantismo; darwinismo, wagneriano; byroniano, taylorista. Não é lícito, portanto, em tais derivados, que o k, o w e o y sejam substituídos por letras vernáculas equivalentes: cantismo, daruinismo, baironismo, etc.» (Base I) Logo, não foi o uso, foi a lei a estabelecê-lo.
Mais uma imprecisão grave, e um jornal responsável não devia deslizar nestas ligeirezas: «A generalidade dos topónimos mantêm a maiúscula, mas esta torna-se facultativa em nomes de ruas, praças, etc. Vai ser possível, portanto, escrever-se avenida dos aliados ou rua augusta.» Não é verdade. Pior: é ridículo. Consigna o texto do novo acordo na Base XIX, n.º 2, al. i): «Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquicamente, em início de versos, em categorizações de logradouros públicos: (rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Templo do Apostolado Positivista), de edifícios (palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou Edifício Azevedo Cunha).» E será bom que na mente do jornalista aquela «generalidade» não signifique «a maioria»…
O Público de hoje fala do debate sobre o Acordo Ortográfico na Assembleia da República, como não podia deixar de ser. Entre muitas outras imprecisões, a merecerem uma nova tiragem do jornal, lê-se isto: «As letras “k”, “w” e “y” são oficialmente acolhidas no alfabeto português. É mais uma oficialização do que uma mudança, já que a prática há muito consagrou o seu uso, designadamente em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros. Os dicionários registam, por exemplo, as palavras “kafkiano”, “wagneriano”, ou “yoga”, esta última como alternativa legítima a “ioga”» («Letras que caem, duplas grafias que ficam», L. M. Q., Público, 8.4.2008, p. 3). Não é verdade. O Acordo Ortográfico de 1945, que está em vigor, estabelece: «O k, o w e o y mantêm-se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros que se escrevam com essas letras: frankliniano, kantismo; darwinismo, wagneriano; byroniano, taylorista. Não é lícito, portanto, em tais derivados, que o k, o w e o y sejam substituídos por letras vernáculas equivalentes: cantismo, daruinismo, baironismo, etc.» (Base I) Logo, não foi o uso, foi a lei a estabelecê-lo.
Mais uma imprecisão grave, e um jornal responsável não devia deslizar nestas ligeirezas: «A generalidade dos topónimos mantêm a maiúscula, mas esta torna-se facultativa em nomes de ruas, praças, etc. Vai ser possível, portanto, escrever-se avenida dos aliados ou rua augusta.» Não é verdade. Pior: é ridículo. Consigna o texto do novo acordo na Base XIX, n.º 2, al. i): «Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquicamente, em início de versos, em categorizações de logradouros públicos: (rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Templo do Apostolado Positivista), de edifícios (palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou Edifício Azevedo Cunha).» E será bom que na mente do jornalista aquela «generalidade» não signifique «a maioria»…
E fala o editorial — também sobre o debate — de desatenções e erros no texto do acordo… «O próprio texto do acordo de 1990 que a CPLP divulgou e que continua na Net (cheio de desatenções e erros, prova de pressa e mau trabalho) mantém, por assim existir em Portugal e no Brasil, duplas acentuações: antropónimos/antropônimos, tónicas/tônicas, bibliónimos/bibliónimos» («A língua que se fala e a língua que por aí se vende», Nuno Pacheco, 8.4.2008, p. 42).
Sem comentários:
Enviar um comentário