23.4.08

Pontos cardeais

Perder a tramontana

Uma bússola portuguesa do século XVIII vai hoje, juntamente com outros objectos científicos ligados às viagens, a leilão em Londres. O Público dá conta do acontecimento, escrevendo: «Assinada por Manoel Ferreira, artesão de Lisboa, como tendo sido concebida em 1755, a bússola está finamente decorada com motivos florais em vermelho, verde, azul, amarelo e dourado e tem as armas da Coroa Portuguesa como indicador do Norte» («Bússola portuguesa do século XVIII é estrela em Londres», Bruno Manteigas, Público, 22.4.2008, p. 16). A norma ortográfica vigente estabelece, todavia, que «os nomes dos pontos cardeais e dos pontos colaterais, que geralmente se escrevem com minúscula inicial, recebe, por excepção, a maiúscula, quando designam regiões». E o texto do Acordo Ortográfico de 1990, na sua Base XIX, 1.º, al. e), também estabelece que se usa a minúscula inicial «nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas): norte, sul (mas: SW sudoeste)». Espíritos livres estes, libérrimos, que não acatam nenhuma ortografia nem convenção. Nas escolas, é claro, também se passa ao lado destas questões. Mas se os professores não sabem…

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