A l’usage des Français
Muito estranho, cara Luísa Pinto, que a professora de Português do seu filho tenha dito que a frase estava incorrecta. (Ou não estranho nada, isto é uma figura de retórica.) Até franceses mortos há mais de 150 anos sabiam que estava correcta! Não estou a fazer espírito. Veja o que escreveu Francisco Solano Constâncio na Nouvelle Grammaire Portugaise, datada de 1832: «On supprime souvent en portugais le que conjonctif dans les temps du subjontif: Ex.: peço me seja concedida licença, je demande qu’il me soit accordé la permission» (p. 206).
Muito estranho, cara Luísa Pinto, que a professora de Português do seu filho tenha dito que a frase estava incorrecta. (Ou não estranho nada, isto é uma figura de retórica.) Até franceses mortos há mais de 150 anos sabiam que estava correcta! Não estou a fazer espírito. Veja o que escreveu Francisco Solano Constâncio na Nouvelle Grammaire Portugaise, datada de 1832: «On supprime souvent en portugais le que conjonctif dans les temps du subjontif: Ex.: peço me seja concedida licença, je demande qu’il me soit accordé la permission» (p. 206).
4 comentários:
Por favor, isso foi há 200 anos!
Para mim, essa construção, actualmente, é inconcebível.
Invoco, outra vez, o lema deste sítio e a condição de simples "tocador de ouvido" para dizer que não parece correcto fazer de um parêntesis um período. Ele há-de pertencer ao período cujos termos são clarificados pelo que for dito no parêntesis.
Clara,
O uso da integrante é facultativo quando verbo que a precede tem o sentido de pedir, requerer e alguns outros (v., p. e., a gramática de Lindley Cintra e Celso Cunha). De resto, as profissões forenses usam muito essa construção.
É, de facto, uma marca distintiva da linguagem das profissões forenses, cá e no Brasil. Na literatura, contudo, a omissão da conjunção integrante «que» não ocorre apenas com os verbos que indica.
Exemplos:
a) «Pouco importa me batas pelo dobro» (Carlos Drummond de Andrade);
b) «[…] toda a família temia sucedesse comigo o que acontecera ao Pedro» (Ciro dos Anjos);
c) «Agora pedir-vos-ei a mercê que espero me concedais» (Alexandre Herculano).
Enviar um comentário