Depende, não é?
«Com conclusão prevista para 2012, o novo Hospital de Todos-os-Santos (HTS) irá servir cerca de um milhão de pessoas, com uma área de influência de Lisboa e Vale do Tejo até ao Algarve» («Lançado concurso para Hospital de Todos-os-Santos», Bruno Nunes, Público, 15.4.2008, p. 12). «O primeiro-ministro disse ontem esperar que o novo Hospital de Todos os Santos dê um contributo decisivo para o desenvolvimento da investigação em ciências médicas» («Sócrates orgulhoso com Hospital Todos os Santos», Meia Hora, 15.4.2008, p. 6).
Afinal, pergunta o leitor, como se escreve: com hífenes ou sem hífenes? E, já agora, acrescenta o mesmo leitor, como será na vigência do Acordo Ortográfico de 1990?
Para começar, como é agora. Como topónimo, os elementos são ligados por hífenes. Excepcionalmente, cito um excerto do meu Manual de Edição e Revisão de Texto, inédito: «Levam hífen os topónimos compostos quando: 1.º Dois elementos se ligam com artigo definido: A Ver-o-Mar, Condeixa-a-Nova, Entre Ambos-os-Rios, Entre-as-Águas, Todos-os-Santos.» É o caso em apreço. Já o nome da festividade, dia de Todos os Santos, se grafa sem hífenes.
Como será na vigência do Acordo Ortográfico de 1990. Na Base XV, 2.º, pode ler-se: «Emprega-se o hífen nos topónimos/topônimos compostos, iniciados pelos adjetivos grã, grão ou por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará; Abre-Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes; Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.» Por seu lado, a Base XIX, 2.º e), determina que a inicial maiúscula é usada: «Nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos.»
Vasco Graça Moura clama que é uma incoerência. D’Silvas Filho começa por argumentar inteligentemente que são coisas diferentes, mas depois amocha. Que sim, admite, é uma incoerência, como as há na actual norma. D’Silvas Filho tem razão: são coisas diferentes, e, como tal, se não devem, podem obedecer a uma regra diferente. Eu podia citar incontáveis exemplos, mas não me apetece.
«Com conclusão prevista para 2012, o novo Hospital de Todos-os-Santos (HTS) irá servir cerca de um milhão de pessoas, com uma área de influência de Lisboa e Vale do Tejo até ao Algarve» («Lançado concurso para Hospital de Todos-os-Santos», Bruno Nunes, Público, 15.4.2008, p. 12). «O primeiro-ministro disse ontem esperar que o novo Hospital de Todos os Santos dê um contributo decisivo para o desenvolvimento da investigação em ciências médicas» («Sócrates orgulhoso com Hospital Todos os Santos», Meia Hora, 15.4.2008, p. 6).
Afinal, pergunta o leitor, como se escreve: com hífenes ou sem hífenes? E, já agora, acrescenta o mesmo leitor, como será na vigência do Acordo Ortográfico de 1990?
Para começar, como é agora. Como topónimo, os elementos são ligados por hífenes. Excepcionalmente, cito um excerto do meu Manual de Edição e Revisão de Texto, inédito: «Levam hífen os topónimos compostos quando: 1.º Dois elementos se ligam com artigo definido: A Ver-o-Mar, Condeixa-a-Nova, Entre Ambos-os-Rios, Entre-as-Águas, Todos-os-Santos.» É o caso em apreço. Já o nome da festividade, dia de Todos os Santos, se grafa sem hífenes.
Como será na vigência do Acordo Ortográfico de 1990. Na Base XV, 2.º, pode ler-se: «Emprega-se o hífen nos topónimos/topônimos compostos, iniciados pelos adjetivos grã, grão ou por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará; Abre-Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes; Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.» Por seu lado, a Base XIX, 2.º e), determina que a inicial maiúscula é usada: «Nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos.»
Vasco Graça Moura clama que é uma incoerência. D’Silvas Filho começa por argumentar inteligentemente que são coisas diferentes, mas depois amocha. Que sim, admite, é uma incoerência, como as há na actual norma. D’Silvas Filho tem razão: são coisas diferentes, e, como tal, se não devem, podem obedecer a uma regra diferente. Eu podia citar incontáveis exemplos, mas não me apetece.
2 comentários:
É um prazer vir aqui! :)
É um prazer tê-la aqui.
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