Evidentemente
Afinal, a estátua da Loba Capitolina, símbolo de Roma, é 1800 anos mais nova do que se pensava. Como é que se sabe? Para mim, foram provas científicas, com recurso ao carbono-14. Para Ricardo Nobre, «evidências científicas (o teste do carbono) acabam de pôr a descoberto mais um erro da Arqueologia». Evidência, no sentido de «prova», «indício», é um anglicismo inútil e que não merece contemplação. Claro que também vem do latim, através do inglês, mas mais de 50 % do léxico inglês provém do latim. Um caso bem diferente do vocábulo «paciente», aqui explicado por Adriana Freire Nogueira. Curioso é ver que a notícia para que remete Ricardo Nobre não usa a palavra «evidence».
Afinal, a estátua da Loba Capitolina, símbolo de Roma, é 1800 anos mais nova do que se pensava. Como é que se sabe? Para mim, foram provas científicas, com recurso ao carbono-14. Para Ricardo Nobre, «evidências científicas (o teste do carbono) acabam de pôr a descoberto mais um erro da Arqueologia». Evidência, no sentido de «prova», «indício», é um anglicismo inútil e que não merece contemplação. Claro que também vem do latim, através do inglês, mas mais de 50 % do léxico inglês provém do latim. Um caso bem diferente do vocábulo «paciente», aqui explicado por Adriana Freire Nogueira. Curioso é ver que a notícia para que remete Ricardo Nobre não usa a palavra «evidence».
3 comentários:
Com o sentido de "prova", o uso de "evidência", em português, dá um belo disparate: para se fazer uma demonstração,é preciso procurar a prova; a evidência impõe-se, entra, mesmo, pelos olhos adentro. Que o Santo Cristo dos Milagres valha aos cientistas que andem à procura de evidências.
"Curioso é ver que a notícia para que remete Ricardo Nobre não usa a palavra «evidence»." Isto só mostra que Ricardo Nobre não traduziu a notícia para que remete.
Quando andava no quarto ano da faculdade (ao que parece, há três anos), fui advertido por um Professor que "evidência" era anglicismo, por isso usei o termo com a consciência de que se trata de tal, uma vez que não o considero inútil. Porquê? Porque é estético, se me permite uma justificação egoísta.
Ricardo, sou leitor do seu blogue e, quando li «evidências científicas» no post em causa, confesso que demorei alguns segundos a perceber o que queria dizer.
Permita-me um pedido igualmente egoísta: que, em vez de «estético», seja claro. Como dizia o grande Vieira: «O estilo culto não é escuro, é negro, e negro boçal, e muito cerrado. É possível que somos Portugueses, e havemos de ouvir um pregador em Português, e não havemos de entender o que diz?» (Sermão da Sexagésima)
Comunicar é um exercício de partilha que, a meu ver, deveria ter muito pouco de egoísmo.
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