Viver dentro das frases
A propósito da tradução no Brasil da obra História do Pranto, o escritor argentino Alan Pauls foi entrevistado pelo Jornal do Brasil («Elipses e enigmas da sintaxe narcótica», Alvaro Costa e Silva, 8.08.2008, p. L3). Diz o entrevistador: «Como n’O passado, as frases são longuíssimas, à la Proust.» Ao que Pauls responde: «Gosto de trabalhar a frase como se fosse um transe, e não há dimensão mais narcótica na literatura que a sintaxe. Uma frase longa transforma a literatura numa arte ambiental: o leitor pode viver dentro da frase, como se estivesse num ecossistema raro, cheio de prazeres e perigos.» A obra de Alan Pauls, traduzida já para inglês, não está publicada em Portugal. No Brasil, uma tiragem de 3000 exemplares de O Passado vendeu-se num mês.
A propósito da tradução no Brasil da obra História do Pranto, o escritor argentino Alan Pauls foi entrevistado pelo Jornal do Brasil («Elipses e enigmas da sintaxe narcótica», Alvaro Costa e Silva, 8.08.2008, p. L3). Diz o entrevistador: «Como n’O passado, as frases são longuíssimas, à la Proust.» Ao que Pauls responde: «Gosto de trabalhar a frase como se fosse um transe, e não há dimensão mais narcótica na literatura que a sintaxe. Uma frase longa transforma a literatura numa arte ambiental: o leitor pode viver dentro da frase, como se estivesse num ecossistema raro, cheio de prazeres e perigos.» A obra de Alan Pauls, traduzida já para inglês, não está publicada em Portugal. No Brasil, uma tiragem de 3000 exemplares de O Passado vendeu-se num mês.
Sem comentários:
Enviar um comentário