7.9.08

«Suster», «sustar» e ignorância

Ora sus!

Na semana passada, vi na RTP Memória parte do documentário Aristides de Sousa Mendes, o Cônsul Injustiçado, da autoria de Diana Andringa (e pelo qual ganhou em 1993 o Prémio de Jornalismo da FLAD, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento). A determinada altura, a voz off lê excertos de um relatório que o embaixador de Portugal em Madrid, Pedro Teotónio Pereira (1902-1972), depois de ter falado com o cônsul em Bordéus, escreveu a Salazar. No documento lia-se claramente «sustei» (do verbo sustar), mas a voz «corrigiu» para «sustive» (do verbo suster). No contexto, têm um significado semelhante, mas para o caso não interessa. O erro decorre, creio, do facto de a maioria dos falantes não conhecer o verbo «sustar». Imperdoável num comunicador. Boa lição para toda a gente: se mostrar, não leia, e vice-versa. E vão consultando o dicionário da língua portuguesa. Não nos (e se) envergonhem.

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