Então, se é assim…
Bem sei que Rebelo Gonçalves tinha outra opinião sobre a matéria, mas todos nos podemos enganar: «Portanto, quando os mestres, animados de boas intenções, insistem em chamar a um c quê e a um g guê (o mais corrente e quase geral até no ensino secundário), para que os seus meninos e meninas leiam bem cama, cola, cuba, gato e gume, esquecem-se de que as crianças, muito mais racionalistas do que possamos imaginar, se amolam a ler cera, cimo, gema e giro» (Carmo Vaz. Código de Escrita: Linguística Portuguesa 1. 2.ª edição revista e aumentada. Lisboa: Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, 1983, p. 118).
Bem sei que Rebelo Gonçalves tinha outra opinião sobre a matéria, mas todos nos podemos enganar: «Portanto, quando os mestres, animados de boas intenções, insistem em chamar a um c quê e a um g guê (o mais corrente e quase geral até no ensino secundário), para que os seus meninos e meninas leiam bem cama, cola, cuba, gato e gume, esquecem-se de que as crianças, muito mais racionalistas do que possamos imaginar, se amolam a ler cera, cimo, gema e giro» (Carmo Vaz. Código de Escrita: Linguística Portuguesa 1. 2.ª edição revista e aumentada. Lisboa: Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, 1983, p. 118).
4 comentários:
Bem sei que o Hélder é da opinião de pronunciar a letra g como «gê», e nunca como «guê». Também Edite Estrela adopta essa postura. Mas também sei que existem outras opiniões, aparentemente bem fundamentadas, como a de Rebelo Gonçalves, ou a de Regina Rocha, no Ciberdúvidas.
Poderia o Hélder fazer o favor de justificar em pormenor a sua posição sobre este assunto, para que leitores como eu possam decidir-se?
Muito obrigado,
Fernando Ferreira
Caro Fernando Ferreira
Há já muito tempo que tenho esta opinião. Está a confundir-se o nome da letra, gê, com um dos sons que pode representar. Como Carmo Vaz, acho — já vi — que pode induzir em erro as crianças e mesmo os adultos com pouca prática de leitura.
Caro Hélder:
Esperava uma justificação melhor sustentada; Regina Rocha, por exemplo, defende a posição de duas designações com base na origem latina («guê») e na sua posterior evolução no português («gê») [ver http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=18384]. Se quiséssemos ser puristas, apenas a designação «guê» seria aceitável, porque foi a primeira.
O argumento de que «guê» pode induzir em erro as crianças também se poderia aplicar (no sentido inverso) para «gê», pois elas poderiam ler «gato» como «jato».
Não me parece que a dualidade sonora ou as dificuldades das crianças quando em aprendizagem sejam um bom argumento; o facto de pronunciarmos a letra e como «i» na palavra «e» não justifica que passemos a designar esta letra também como «i»; e as crianças raramente se atrapalham com isto.
Obrigado de qualquer forma.
Fernando Ferreira
O meu argumento maior para que se chame "gê" ao G é que nunca ouvi ninguém chamar "guê 3" à g3, Guê ene erre à gê ene erre, nunca ouvi falar do esse guê ventil, nem da vacina bê cê guê...
Sempre que temos siglas, ou seja, a lexicalização do nome das letras, o G chama-se gê, sem alternativa. Este "sem alternativa" é mesmo importante. Sempre estranhei que nós aprendêssemos o nome das letras gregas na primeira aula, e nunca o das letras latinas, sendo certo que o nome das letras portuguesas vem do latim. Tive muito que procurar e apurei que foi Varrão quem estabeleceu o nome das letras latinas. Sobre esse assunto tenho um texto para o qual remeto: http://omolete.blogspot.com/2007/06/qual-o-nome-das-letras-do-alfabeto.html
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