17.2.09

O prefixo des-

Sem desazo nem desbrilho

O prefixo des-, o mais produtivo na língua portuguesa, que para Said Ali não passava da romanização do prefixo latino dis-, presta-se a jogos e salva, frequentemente, uma frase. Por vezes, como é o caso que vou referir, a palavra não existe, demonstrando o seu uso apenas a criatividade de quem escreve. Se querem renovar o léxico, frequentem esta zona do dicionário.
A propósito de Joana Amaral Dias ter ficado fora da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, escreveu Ferreira Fernandes: «Neste caso, foi-se buscar Estaline porque os dois maiores partidos que fundaram o BE já cantaram loas, um, a UDP, a Estaline, e outro, o PSR, a Trotsky. À falta de se discutir essa união (talvez) contranatura, aproveita-se um qualquer pretexto para evocar o gosto pelo Photoshop (a arte de mudar as fotografias) dos revolucionários comunistas. Foi-se por aí, sem ninguém parar na pergunta primeira: mas Joana Amaral Dias foi apagada de quê? Um partido que já a tinha votado para a direcção desvotou-a» («Mas Joana Amaral Dias foi apagada de quê?», Diário de Notícias, 15.02.2009, p. 9).

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