19.2.09

Sobre o uso de estrangeirismos

A coluna da Polícia da Fronteira Indo-Tibetana (ITBP) no desfile de 2002

Valia mais estar calado


Há sempre uma parte dos jornais impenetrável à compreensão do leitor médio. Não pela complexidade dos assuntos, mas pela linguagem usada. Um dos maiores obstáculos é o uso de estrangeirismos ou de neologismos não explicados. No passado mês de Janeiro, um texto assinado por um tal M. C. falava do Dia da República na Índia, um dos feriados mais importantes naquele país («em que participam estudantes e artistas representando cada região do País», podia ler-se). Sob uma das imagens, lia-se esta legenda: «Ritmo. Espectáculo hipnótico a cargo de dançarinos tradicionais do Rajastão ocidental, animados pela música, uma constante nas celebrações do dia em que foi adoptada a Constituição indiana. O ‘warm-up’ deixou água na boca» («O grande feriado nacional da Índia», M. C., Diário de Notícias/DN Gente, 24.01.2009, p. 20).
Saiam da redacção e perguntem a quem passa na rua se sabe o que significa warm-up. Este termo é usado em especial no desporto e significa «aquecimento», os exercícios (warm-up exercises) que antecedem a prática de qualquer desporto. De um modo geral, é a actividade curta que prepara (aquece) para uma actividade mais longa e complexa. No contexto, é «a preparatory activity or procedure». Ou seja, um ensaio. Em resumo: warm-up é um estrangeirismo, não explicado e desnecessário.

2 comentários:

Anónimo disse...

Qual é o problema de «ocidental» e de «país»?

Helder Guégués disse...

Quando as pessoas se recusam a pensar, também me recuso a responder. Parece-me justo.