Próxima paragem
Não ouvi, como sucedeu com Santo Agostinho, uma voz dizer-me «tolle, lege, tolle, lege!», mas foi o que fiz. Apanhei a folha A4 e pus-me a lê-la. Não tinha cabeçalho, mas era parte de um teste de Língua Portuguesa (12.º ano?). Uma das perguntas era porque se dava a D. José António de Meneses e Sousa Coutinho o nome de Principal Sousa. (Tão importante, suponho, do que saber porque a Ernesto Guevara se chamava Che…) O nome estava adormecido na memória e lera-o, decerto, no Felizmente Há Luar! de Sttau Monteiro. Mas porquê Principal Sousa foi uma pergunta que só não me deixou emudecido porque eu estava calado, como normalmente estão calados dois desconhecidos numa paragem de autocarro.
A personagem pertencia, isso é certo, ao clero, que representava na Regência. E o termo eclesiástico «principal» designa o superior de uma comunidade religiosa. Será por isto? É o que se me afigura plausível. No caso, não só era principal, como estava entre os principais (outra acepção, esta no plural): pessoas importantes ou influentes numa dada sociedade. Sendo irmão de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, 1.º conde de Linhares e ministro de D. João VI, e do conde do Funchal, Domingos de Sousa Coutinho, embaixador em Londres, que negociou a ajuda inglesa contra os Franceses, pertencia ao escol.
Não ouvi, como sucedeu com Santo Agostinho, uma voz dizer-me «tolle, lege, tolle, lege!», mas foi o que fiz. Apanhei a folha A4 e pus-me a lê-la. Não tinha cabeçalho, mas era parte de um teste de Língua Portuguesa (12.º ano?). Uma das perguntas era porque se dava a D. José António de Meneses e Sousa Coutinho o nome de Principal Sousa. (Tão importante, suponho, do que saber porque a Ernesto Guevara se chamava Che…) O nome estava adormecido na memória e lera-o, decerto, no Felizmente Há Luar! de Sttau Monteiro. Mas porquê Principal Sousa foi uma pergunta que só não me deixou emudecido porque eu estava calado, como normalmente estão calados dois desconhecidos numa paragem de autocarro.
A personagem pertencia, isso é certo, ao clero, que representava na Regência. E o termo eclesiástico «principal» designa o superior de uma comunidade religiosa. Será por isto? É o que se me afigura plausível. No caso, não só era principal, como estava entre os principais (outra acepção, esta no plural): pessoas importantes ou influentes numa dada sociedade. Sendo irmão de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, 1.º conde de Linhares e ministro de D. João VI, e do conde do Funchal, Domingos de Sousa Coutinho, embaixador em Londres, que negociou a ajuda inglesa contra os Franceses, pertencia ao escol.
4 comentários:
A propósito de leitura de clássicos, confira o programa "Ler, é para já!" (sic, com vírgula) em http://www.rbe.min-edu.pt/
Nem sonhava que houvesse «um programa dirigido a adultos com poucos hábitos de leitura». Pensava que o único programa com esse fim eram as prisões. Hosmany Ramos, que já figura aqui no blogue a propósito da expressão «ptose palpebral», leu duas vezes na prisão a Enciclopédia Britânica.
Tem problema, a vírgula?
Não devia estar lá. É a velha confusão entre vírgula e pausa. Ali há claramente uma pausa, mas não pode haver uma vírgula.
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