26.4.09

«Autismo» e «mongolismo»

Fim do mundo


      Em conferência, os líderes parlamentares acordaram que deveriam evitar o uso dos vocábulos (das «expressões, escreveu a jornalista do Público Sofia Rodrigues…) «autismo» e «autista» no hemiciclo. Sobre a palavra «caralho», ao que parece, não disseram nada. É o politicamente correcto a impor-se. Por este andar, qualquer dia vão proscrever a palavra «anquilosado» com que a oposição qualifica o sistema. Com o tempo, poderá mesmo deixar de haver provas cegas nos concursos de enofilia, janelas cegas na arquitectura e voos cegos na aviação. Nada de sentidos figurados, em suma.
      Já aqui tinha analisado uma questão semelhante: o uso do termo «mongolismo». O certo é que mesmo os especialistas continuam a usá-lo: «No entanto, com o avançar da idade da mãe, tornam-se mais prováveis “anomalias cromossómicas numéricas, como a trissomia 21 (o chamado mongolismo)”, adianta Heloísa Santos [geneticista e pediatra], devido ao envelhecimento dos óvulos, que nascem com a mulher» («Erro em espermatozóides do pai afecta QI dos bebés», Sara Gamito, Diário de Notícias, 15.03.2009, p. 18).

1 comentário:

Catarina disse...

É,de facto, o fim do mundo!
Palavras para quê?