Badajoz à vista
«O ruído do trânsito intensificava a tranquilidade matinal de Central Park em Junho, e o sol carregado do início do Verão que seca a crosta verde da Primavera atravessava as árvores fronteiriças ao Plaza, onde estavam a tomar o pequeno-almoço» (Travessia de Verão, Truman Capote. Tradução de Manuel Cintra, revisão de tradução de Maria João Freire de Andrade e revisão tipográfica de Eulália Pyrrait. Lisboa: Dom Quixote, 2.ª ed., 2007, pp. 9-10). O adjectivo «fronteiriço» diz apenas respeito à fronteira, à raia. Há postos fronteiriços, controlos fronteiriços, guardas fronteiriços, diferendos fronteiriços, regiões fronteiriças, e por aí fora. Terá equivalente no inglês borderline. No original desta obra de Truman Capote, lê-se isto: «[…] the dazzle of traffic heightened the June morning quiet of Central Park, and the sun, full of first summer, that dries the green crust of spring, plunged through the trees fronting the Plaza, where they were breakfasting.» «Fronting the Plaza» traduzir-se-á então por «em frente ao Plaza, «defronte do Plaza». Só refiro o erro por ser muito comum.
«O ruído do trânsito intensificava a tranquilidade matinal de Central Park em Junho, e o sol carregado do início do Verão que seca a crosta verde da Primavera atravessava as árvores fronteiriças ao Plaza, onde estavam a tomar o pequeno-almoço» (Travessia de Verão, Truman Capote. Tradução de Manuel Cintra, revisão de tradução de Maria João Freire de Andrade e revisão tipográfica de Eulália Pyrrait. Lisboa: Dom Quixote, 2.ª ed., 2007, pp. 9-10). O adjectivo «fronteiriço» diz apenas respeito à fronteira, à raia. Há postos fronteiriços, controlos fronteiriços, guardas fronteiriços, diferendos fronteiriços, regiões fronteiriças, e por aí fora. Terá equivalente no inglês borderline. No original desta obra de Truman Capote, lê-se isto: «[…] the dazzle of traffic heightened the June morning quiet of Central Park, and the sun, full of first summer, that dries the green crust of spring, plunged through the trees fronting the Plaza, where they were breakfasting.» «Fronting the Plaza» traduzir-se-á então por «em frente ao Plaza, «defronte do Plaza». Só refiro o erro por ser muito comum.
4 comentários:
Curiosamente, em «medicalês» ou, mais precisamente, em «neurologês», usa-se muito a palavra "borderline" para indicar que um doente tem um QI próximo dos mínimos. Talvez isso se deva à falta de termo em língua portuguesa somada à tendência generalizada para usar a língua inglesa. Há tempos ouvi um colega brasileiro usar a palavra "fronteiriço" nesta acepção. Será que o Helder Guégués tem outra melhor?
Na Medipédia dão como equivalente em português «atraso mental limite».
Mas, no texto, "árvores fronteiras ao Plazza" já ficaria bem.
E no tocante a "border line", por que não "divisória", "linha divisória" ou, até mesmo, "fronteira"?
MFCR
Convenhamos que não dá muito jeito: «caucasiano, xis anos, com atraso mental limite, cefaleias, etc.». Os anglófilos ou anglómanos (ou será anglicistas?) não resistem a dizer «borderline» e não escrevem em itálico!
Mas, efectivamente, não vejo melhor solução. Obrigado.
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