22.5.09

«Ataque-surpresa»

Com hífen

«O Presidente norte-americano, Barack Obama, avisou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para não lançar um ataque-surpresa contra o Irão, numa mensagem enviada antes do encontro entre os dois líderes, agendado para segunda-feira» («Obama avisa Netanyahu para não atacar Irão», Público, 15.05.2009, p. 15). Temos dois substantivos: ataque e surpresa. O que acontece é que estamos a adjectivar o primeiro com um substantivo, pelo que, dado o sentido único que o conjunto assim adquire, se impõe o hífen. Segundo a gramática tradicional, o elemento da direita, «surpresa», é um determinante, pois confere ao vocábulo «ataque» um conceito especial. (Mas não é sempre assim, pelo menos na minha opinião, como já aqui vimos recentemente a propósito de «empresas-fantasmas».) No plural, estes compostos morfossintácticos de adjunção, como a gramática moderna os designa, apenas vêem o constituinte da esquerda flexionar-se, ficando invariável o da direita: ataques-surpresa. Como bombas-relógio, carruagens-bar, carruagens-cama, carruagens-restaurante, contas-poupança, escolas-piloto, filhos-família, guerras-relâmpago, homens-bomba, navios-escola, navios-tanque, pombos-correio…

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