Pois, sim, sim, ai é?
A propósito (às vezes escrevo a propósito) de Os Dias do Futuro. É quase intuitivo, mas mais apurado e intencional num profissional da rádio, usar-se a função fática da linguagem, isto é, assegurar ao interlocutor que se está a manter o contacto, que se está atento. Contudo, se isso é imprescindível numa conversa telefónica, não tenho assim tanta certeza se é útil na rádio. Edgar Canelas, vi-o agora mais uma vez, atira «exactos» a esmo para cima dos entrevistados. Não no fim de afirmações — mas no início ou a meio. É até perigoso. Imaginem que um entrevistado lunático começava por dizer: «Todas as crianças com quociente de inteligência…» E aqui Edgar Canelas interrompia, jovial e solícito: «Exacto.» E o lunático eugenista concluía, estimulado pelo encorajamento do precipitado jornalista: «… inferior a 120 deviam ser internadas num campo de concentração.» Maria Flor Pedroso não pontua as intervenções dos entrevistados com «exactos», mas com deselegantes «huns». Se fosse eu a emiti-los, diria que se assemelhariam aos simpáticos grunhidos de um tatu. Assim, não me atrevo.
A propósito (às vezes escrevo a propósito) de Os Dias do Futuro. É quase intuitivo, mas mais apurado e intencional num profissional da rádio, usar-se a função fática da linguagem, isto é, assegurar ao interlocutor que se está a manter o contacto, que se está atento. Contudo, se isso é imprescindível numa conversa telefónica, não tenho assim tanta certeza se é útil na rádio. Edgar Canelas, vi-o agora mais uma vez, atira «exactos» a esmo para cima dos entrevistados. Não no fim de afirmações — mas no início ou a meio. É até perigoso. Imaginem que um entrevistado lunático começava por dizer: «Todas as crianças com quociente de inteligência…» E aqui Edgar Canelas interrompia, jovial e solícito: «Exacto.» E o lunático eugenista concluía, estimulado pelo encorajamento do precipitado jornalista: «… inferior a 120 deviam ser internadas num campo de concentração.» Maria Flor Pedroso não pontua as intervenções dos entrevistados com «exactos», mas com deselegantes «huns». Se fosse eu a emiti-los, diria que se assemelhariam aos simpáticos grunhidos de um tatu. Assim, não me atrevo.
3 comentários:
ainda estou na dúvida em relação à tradução de "catering", raios e coriscos! ;)
acabei por traduzir por "indústria hospitaleira", que te parece?
o contexto é uma "coffee shop", na holanda, que aparentemente tem a mesma licença que os restaurantes e os cafés, ou seja, a que indústria pertencem esses negócios?
Não me parece muito bem, mas não me ocorre nenhuma sugestão.
acho que, na verdade, estou confundida com o holandês, que tem uma palavra (horeca) que inclui tudo. estou à espera de resposta do site ciberdúvidas da língua portuguesa. obrigada!
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