Sem fatuidade
«E, no campo religioso, estamos sufocados por uma religião formalista, cada vez mais comandada do exterior, preocupada com a aparência (usar o véu, a barba, a burka ou o niqab), com as inúmeras regras que os imãs impõem com as fatwa.» Creio que já o defendi aqui uma vez: se usamos um estrangeirismo, devemos usar as flexões (masculino/feminino, singular/plural) da língua de que provém. No texto que reproduzo, aparece a palavra «fatwa» como sendo um plural — e não é. Também acontece muitas vezes, para formar o plural, juntar-se-lhe um s, o que pode não se adequar ao original (pensemos no italianismo graffiti). O Livro de Estilo do Público, por exemplo, refere-se concretamente ao termo do texto: «“fatwa” (plural “fatawa”) — Termo técnico usado na lei islâmica para indicar um julgamento ou uma deliberação legal formal.» Se queremos pluralizar como o fazemos na língua portuguesa, aportuguesemos o vocábulo. O seriíssimo jornal O Estado de S. Paulo é isso que, de vez em quando, faz: «Um imã de Calcutá emitiu uma fátua (édito religioso) contra a escritora de Bangladesh Taslima Nasreen por seus comentários “anti-islâmicos”, informou nesta segunda-feira o diário The Times of India» («Imã emite fátua contra escritora por crítica ao Islã», 26.06.2006).
«E, no campo religioso, estamos sufocados por uma religião formalista, cada vez mais comandada do exterior, preocupada com a aparência (usar o véu, a barba, a burka ou o niqab), com as inúmeras regras que os imãs impõem com as fatwa.» Creio que já o defendi aqui uma vez: se usamos um estrangeirismo, devemos usar as flexões (masculino/feminino, singular/plural) da língua de que provém. No texto que reproduzo, aparece a palavra «fatwa» como sendo um plural — e não é. Também acontece muitas vezes, para formar o plural, juntar-se-lhe um s, o que pode não se adequar ao original (pensemos no italianismo graffiti). O Livro de Estilo do Público, por exemplo, refere-se concretamente ao termo do texto: «“fatwa” (plural “fatawa”) — Termo técnico usado na lei islâmica para indicar um julgamento ou uma deliberação legal formal.» Se queremos pluralizar como o fazemos na língua portuguesa, aportuguesemos o vocábulo. O seriíssimo jornal O Estado de S. Paulo é isso que, de vez em quando, faz: «Um imã de Calcutá emitiu uma fátua (édito religioso) contra a escritora de Bangladesh Taslima Nasreen por seus comentários “anti-islâmicos”, informou nesta segunda-feira o diário The Times of India» («Imã emite fátua contra escritora por crítica ao Islã», 26.06.2006).
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