Não vejo porquê
«O cabeça-de-lista do PS, Vital Moreira, considerou que além de ser “garante da estabilidade dos preços e de fornecimento de meios monetários ao sistema bancário, o BCE deve assumir também a função de supervisão macroprudencial do sistema financeiro europeu no seu conjunto”» («Maioria aceita rever poder do BCE», Diário de Notícias, 22.05.2009, p. 11). «Já Vital Moreira, o cabeça de lista do PS, optou por imprimir uma tónica de optimismo na sua campanha» («Cavaco Silva pede serenidade em campanha agitada entre PS e PSD», Nuno Simas, Maria José Santana, Maria Lopes, Margarida Gomes e Sofia Branco, Público, 26.05.2009, p. 8). Acho absolutamente irrelevante que as últimas edições do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora grafem este substantivo comum de dois com hífenes. O texto do Acordo Ortográfico de 1990, que ainda não está em vigor (o que, a avaliar pelo número de mensagens, sobretudo de estudantes, que recebo a perguntarem se já se pode aplicar, não é do domínio público), consigna uma regra que me parece preciosa: «Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa)» (6.º Base XV). Nos últimos anos, os jornalistas têm-se agarrado aos hífens como náufragos a tábuas.
«O cabeça-de-lista do PS, Vital Moreira, considerou que além de ser “garante da estabilidade dos preços e de fornecimento de meios monetários ao sistema bancário, o BCE deve assumir também a função de supervisão macroprudencial do sistema financeiro europeu no seu conjunto”» («Maioria aceita rever poder do BCE», Diário de Notícias, 22.05.2009, p. 11). «Já Vital Moreira, o cabeça de lista do PS, optou por imprimir uma tónica de optimismo na sua campanha» («Cavaco Silva pede serenidade em campanha agitada entre PS e PSD», Nuno Simas, Maria José Santana, Maria Lopes, Margarida Gomes e Sofia Branco, Público, 26.05.2009, p. 8). Acho absolutamente irrelevante que as últimas edições do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora grafem este substantivo comum de dois com hífenes. O texto do Acordo Ortográfico de 1990, que ainda não está em vigor (o que, a avaliar pelo número de mensagens, sobretudo de estudantes, que recebo a perguntarem se já se pode aplicar, não é do domínio público), consigna uma regra que me parece preciosa: «Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa)» (6.º Base XV). Nos últimos anos, os jornalistas têm-se agarrado aos hífens como náufragos a tábuas.
1 comentário:
Concordando e confirmando:
mesmo pelo actual Acordo Ortográfico (1945), tem-se, SEM HÍFEN, 'cabeça de lista', como 'cabeça de motim' ("in" «Vocabulário Ortográfico», de F. Rebelo Gonçalves, 1966)(pessoa responsável pelo motim) e 'cabeça de comarca', 'cabeça do Império', 'cabeça do Reino' (na messma obra), EM QUE OS COMPONENTES DA LOCUÇÃO MANTÊM OS SEUS SIGNIFICADOS NORMAIS,
mas tem-se, COM HÍFEN, 'cabeça-de-prego' (furúnculo), 'cabeça-de-tremoço' (tipo de parafuso), 'cabeça-de-pau' (arrematante por conta de outrem),'cabeça-de-alho-chocho' (pessoa pouco atenta), 'cabeça-de-cavalo' (caleira de água dirigida para os cubos de coqueira, no Brasil), 'cabeça-de-turco' (pessoa que arca com as culpas), 'cabeça-de-casal' (pessoa arroladora e descritora dos bens de falecido) (na mesma obra), PORQUE OS COMPONENTES DA PALAVRA FORMAM UM NOVO COMPOSTO COM SENTIDO COMPLETAMENTE DIVERSO DOS SEUS USUAIS.
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