Imagem: http://afonsorochaescultura.blogspot.com/
Uma grafia (talvez) controversa
João Xavier, professor, escrevia ontem no blogue Marafado que «muitos dos que passam pela rotunda da entrada ocidental de Tavira ficam sem saber o que representa a obra de arte [escultura de bronze com 10 metros de diâmetro e 3 metros de altura] que foi construída no seu centro. É uma murejona/murjona/morejona/morjona. Trata-se de um aparelho artesanal de pesca em forma de armadilha: dentro, são colocados pedaços de peixe que atraem peixes e polvos que, uma vez lá dentro, muito dificilmente conseguem escapar. O nome deste aparelho não está registado nos principais dicionários de língua portuguesa, por ser uma invenção algarvia (aberração dos linguistas puristas!…) e por isso não se generalizou ainda uma versão única da sua grafia. No documento mais antigo que pesquisei, encontrei a palavra morjona. Mas já encontrei em outros documentos as grafias morejona, murjona e murejona… Falta acrescentar que entre os pescadores facilmente ouvimos falar em merjona…»
O filólogo José Pedro Machado, que era natural de Faro (e às vezes, já aqui o demonstrei, dormitava), regista no Grande Dicionário da Língua Portuguesa «muregona» («armadilha de verga, em forma esferóide»), como também regista «murjona» («rede que se usa em Olhão»). Pela descrição, parece que a muregona de José Pedro Machado é a murejona/murjona/morejona/morjona/merjona de João Xavier.
Uma grafia (talvez) controversa
João Xavier, professor, escrevia ontem no blogue Marafado que «muitos dos que passam pela rotunda da entrada ocidental de Tavira ficam sem saber o que representa a obra de arte [escultura de bronze com 10 metros de diâmetro e 3 metros de altura] que foi construída no seu centro. É uma murejona/murjona/morejona/morjona. Trata-se de um aparelho artesanal de pesca em forma de armadilha: dentro, são colocados pedaços de peixe que atraem peixes e polvos que, uma vez lá dentro, muito dificilmente conseguem escapar. O nome deste aparelho não está registado nos principais dicionários de língua portuguesa, por ser uma invenção algarvia (aberração dos linguistas puristas!…) e por isso não se generalizou ainda uma versão única da sua grafia. No documento mais antigo que pesquisei, encontrei a palavra morjona. Mas já encontrei em outros documentos as grafias morejona, murjona e murejona… Falta acrescentar que entre os pescadores facilmente ouvimos falar em merjona…»
O filólogo José Pedro Machado, que era natural de Faro (e às vezes, já aqui o demonstrei, dormitava), regista no Grande Dicionário da Língua Portuguesa «muregona» («armadilha de verga, em forma esferóide»), como também regista «murjona» («rede que se usa em Olhão»). Pela descrição, parece que a muregona de José Pedro Machado é a murejona/murjona/morejona/morjona/merjona de João Xavier.
1 comentário:
Recebi do leitor José Carlos Braga, a quem agradeço, a seguinte mensagem: «A propósito do texto "Uma grafia (talvez) controversa", no Letratura. Entre os pescadores de Apúlia, concelho de Esposende, a referida armadilha utilizada na pesca é designada por "mijona". Noutras comunidades piscatórias, mais a norte, também é utilizada a mesma designação. O mesmo acontece entre os pescadores fluviais, nomeadamente do rio Cávado.»
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