Ai esta cabeça
«Encontrei milhares (talvez dezenas de milhar) de pessoas com grandes ideias» (Tribos, Seth Godin. Tradução de Rosário Nunes. Lisboa: Lua de Papel, 2008, p. 42). «Poucas horas depois de um produto ser anunciado, a notícia chegava a milhões e até a dezenas de milhares de utilizadores — tudo via digital, tudo online» (idem, ibidem, p. 51). Mais um caso de incongruência, mas que serve para referir o erro de concordância.
«Encontrei milhares (talvez dezenas de milhar) de pessoas com grandes ideias» (Tribos, Seth Godin. Tradução de Rosário Nunes. Lisboa: Lua de Papel, 2008, p. 42). «Poucas horas depois de um produto ser anunciado, a notícia chegava a milhões e até a dezenas de milhares de utilizadores — tudo via digital, tudo online» (idem, ibidem, p. 51). Mais um caso de incongruência, mas que serve para referir o erro de concordância.
Em 2003, era Estrela Serrano provedora do leitor no Diário de Notícias (cargo que desempenhou entre 2001 e 2004), uma leitora abordou esta questão, afirmando: «Leio somente as notícias que me interessam — e muitas vezes na diagonal. E mesmo assim, encontrei três erros: “centenas de milhares” — quando deveria estar “centenas de milhar”; “Á margem da exposição” — quando deveria estar “À margem da exposição”; “a maioria das pessoas que fuma se encontram” — quando deveria estar “a maioria das pessoas que fuma se encontra”.» Concluiu então a provedora: «Vejamos: a leitora tem razão, não apenas na identificação e correcção dos três erros que aponta mas, também, na referência que faz à responsabilidade dos meios de comunicação social na difusão da língua portuguesa.» Claro que a leitora não tinha razão. Não tinha, pelo menos, razão em relação a todas as questões, e a provedora deveria ter tido mais cuidado. Já aqui aflorei a questão das «dezenas de milhares».
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