9.7.09

A moda dos «clusters»

No fundo, um grupinho

      «Fontes das construtoras Alstrom, Bombardier e CAF, bem como de empresas ligadas ao cluster da indústria de alta velocidade — contactadas pelo PÚBLICO durante o congresso da União Internacional dos Transportes Públicos (UITP), que se realizou esta semana em Viena (Áustria) — foram unânimes em afirmar que não será possível ter comboios prontos a circular em 2013, mesmo que o Governo lançasse hoje mesmo o concurso público para a aquisição de material circulante» («Portugal sem comboios TGV para arrancar com a linha Lisboa-Madrid em 2013», Carlos Cipriano, Público, 12.06.2009, p. 22). Ainda ontem a ministra da Saúde, Ana Jorge, falava em clusters: «Logo que as situações de gripe, o número de casos começa a aumentar, e o facto de ter aparecido numa escola um grupinho, que no fundo nós chamamos um cluster, de ter acontecido ali, essas podem, se não tomarmos as tais medidas de contenção, transmitir às outras pessoas.» É uma frase demasiado ziguezagueante, não é? O problema, porém, é o uso desnecessário do estrangeirismo. Ainda assim, a ministra teve o cuidado de explicar do que se tratava. O jornalista, pelo contrário, limitou-se a usar o termo sem ter os mesmos cuidados.
      No que respeita à indústria, e segundo Michael E. Porter (Competição, On competition, Estratégias Competitivas Essenciais. Rio de Janeiro: Campus, 1999, p. 211), um aglomerado ou cluster «é um agrupamento geograficamente concentrado de empresas inter-relacionadas e instituições correlatas numa determinada área, vinculadas por elementos comuns e complementares».

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