Deixem-se de ilusões
Podemos pôr Matigol, o médio sportinguista, a dizer que tem muita ilusão por chegar ao Benfica, mas isso é espanholismo. Em traduções é comum ver esse falso cognato mal traduzido. Traduzido por falsos tradutores, digamos. De espanhol para português temos, não se esqueçam, um pouco mais de 10 milhões de tradutores. No contexto, ilusión é «alegria, satisfação». E a propósito, porque é que a maioria da imprensa usa aspas a envolver a alcunha do jogador? Desde quando é que se usam aspas nas alcunhas e nos cognomes? Não me façam rir. Ainda percebo, apesar de também ser incorrecto, porque é que põem aspas nas alcunhas estrangeiras — “El Conejo”. Já erram é quando escrevem com minúsculas iniciais: “el conejo”. (Há muitos autores com aspite aguda, moléstia que passam para os revisores: já aqui dei o exemplo de Maria Filomena Mónica grafar o nome de estabelecimentos comerciais entre aspas: «Finalmente, convidou-me para tomar chá, no dia seguinte, no “Covered Market”. […] Foi assim que me encontrei no que viria a ser o meu local preferido, o café “Brown’s”, não o restaurante que, no final dos anos 70, surgiu em Woodstock Road, mas o local esquálido, situado no Mercado Coberto, onde se cruzavam camionistas, estudantes e mendigos» (Bilhete de Identidade, Alêtheia Editores, 4.ª ed., Lisboa, 2006, p. 261)). Agora, com a morte de Michael Jackson, voltou, era inevitável, o apodo por que há muito era conhecido. O pior é que muitas vezes é mal grafado, e com a agravante de não ser um nome estrangeiro. O Diário de Notícias, porém, grafa-o correctamente: «Na última segunda-feira, um tribunal de Los Angeles confiou temporariamente a guarda dos filhos do Rei da Pop à mãe, Katherine Jackson» («Michael Jackson deixou o pai sem herança», Davide Pinheiro, Diário de Notícias, 1.07.2009, p. 44).
Podemos pôr Matigol, o médio sportinguista, a dizer que tem muita ilusão por chegar ao Benfica, mas isso é espanholismo. Em traduções é comum ver esse falso cognato mal traduzido. Traduzido por falsos tradutores, digamos. De espanhol para português temos, não se esqueçam, um pouco mais de 10 milhões de tradutores. No contexto, ilusión é «alegria, satisfação». E a propósito, porque é que a maioria da imprensa usa aspas a envolver a alcunha do jogador? Desde quando é que se usam aspas nas alcunhas e nos cognomes? Não me façam rir. Ainda percebo, apesar de também ser incorrecto, porque é que põem aspas nas alcunhas estrangeiras — “El Conejo”. Já erram é quando escrevem com minúsculas iniciais: “el conejo”. (Há muitos autores com aspite aguda, moléstia que passam para os revisores: já aqui dei o exemplo de Maria Filomena Mónica grafar o nome de estabelecimentos comerciais entre aspas: «Finalmente, convidou-me para tomar chá, no dia seguinte, no “Covered Market”. […] Foi assim que me encontrei no que viria a ser o meu local preferido, o café “Brown’s”, não o restaurante que, no final dos anos 70, surgiu em Woodstock Road, mas o local esquálido, situado no Mercado Coberto, onde se cruzavam camionistas, estudantes e mendigos» (Bilhete de Identidade, Alêtheia Editores, 4.ª ed., Lisboa, 2006, p. 261)). Agora, com a morte de Michael Jackson, voltou, era inevitável, o apodo por que há muito era conhecido. O pior é que muitas vezes é mal grafado, e com a agravante de não ser um nome estrangeiro. O Diário de Notícias, porém, grafa-o correctamente: «Na última segunda-feira, um tribunal de Los Angeles confiou temporariamente a guarda dos filhos do Rei da Pop à mãe, Katherine Jackson» («Michael Jackson deixou o pai sem herança», Davide Pinheiro, Diário de Notícias, 1.07.2009, p. 44).
2 comentários:
Sobre os tradutores (e a defesa da língua portuguesa): suponho que já tem conhecimento da recolha de assinaturas contra o Acordo de Londres, disponível em
http://www.peticaopublica.com/?pi=traducao
Apesar de a petição conter algumas incorrecções, talvez valha a pena divulgá-la.
Assinei-a há 10 minutos e enviei-a a algumas dezenas de pessoas. Talvez faça um post.
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