2.7.09

À volta do Twitter

Perguntem à Maria José

      «Nessa altura já os “twitteiros” deverão estar a postos com o seu computador nas galerias da AR para, através da rede informática local, poderem comentar em directo o último debate da XVII legislatura» («Deputado organiza visita à AR através do Twitter», Público, 1.07.2009, p. 6). Ah, mas isto é um lamentável retrocesso. Deviam estar, neste momento, a escrever descomplexadamente «tuiteiros»*. Porquê, perguntam? Eis a razão: «Ainda não eram 15 horas e já as bancadas e as galerias estavam bastante povoadas — lá em cima, convidados e alunos de escolas procuravam os seus lugares; cá em baixo, os deputados entretinham-se a teclar nos computadores embutidos em cada lugar (alguns “tuítavam”, outros espreitavam as edições on-line dos jornais, outros ainda aproveitavam para ler e-mails; de facto, não é fácil ter privacidade com aqueles ecrãs)» («Kavafis, Sófocles e o avô de Lello no Parlamento», Maria José Oliveira, Público, 26.03.2009, p. 10).

* A palavra foneticamente mais aproximada que temos é «tuitivo». É muito usada no âmbito do Direito do Trabalho brasileiro, dizendo-se que o princípio tuitivo é um traço típico, essencial, deste ramo do Direito. Tuitivo é um adjectivo que vem do latim (tuĭtus, «defendido», particípio passado de tuēri, «defender; proteger» +-ivo) e significa que protege, ampara ou defende; próprio para defender. Em espanhol também existe o adjectivo «tuitivo», que se usava antigamente na locução potestad tuitiva, que era a do poder real, aplicada no amparo dos súbditos a quem eram feitos agravos pelos juízes eclesiásticos.

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