Imagem: http://www.terrages.pt/Para medir
Que nome tem o instrumento que se vê na imagem? Está graduado em centímetros e serve para medir o diâmetro das árvores, troncos e madeira torada. É isso mesmo — suta. O pior é que a generalidade dos dicionários apenas apresenta duas acepções do termo, e em nenhuma se encaixa o instrumento acima: esquadro, de peças móveis, para traçar e medir ângulos, e instrumento que serve para marcar ângulos no terreno. O mesmo se passa, já que falámos de árvores, com o hipsómetro, que serve para medir a altura de objectos (torres, edifícios, árvores, etc.). Se estivesse assim definido nos dicionários (nem no Houaiss está tão claramente), qualquer pessoa compreenderia. Mas vejam a definição do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora: «hipsómetro METEOROLOGIA instrumento destinado a medir a altitude de um lugar pela temperatura a que nele pode começar a ebulição da água.» Qualquer telefonista do Ministério da Agricultura conhece aquela aplicação da suta, pelo que o Departamento de Dicionários da Porto Editora tem de estar mais atento.
Já que falam nisso: não, no nome do novel (como diria um plumitivo dos anos 60) grupo Virgem Suta, «suta» significa outra coisa. Em Beja (é um localismo, não um regionalismo alentejano), significa «excesso».
4 comentários:
No Brasil, o instrumento é um paquímetro, destinado a fazer medidas lineares internas, externas e de profundidade.
Contribuição do Benévolo
Parece-me mais ser uma craveira - «régua metálica graduada em milímetros, terminada por uma espera fixa, ao longo da qual desliza outra espera móvel ou curva, que serve para medir comprimentos, espessuras, diâmetros exteriores e interiores de tubos, etc.» (in www.infopedia.pt, Porto Editora)
Por vezes, em relação a alguns instrumentos e ferramentas, há mais de uma designação em função da área de actividade em que são utilizados.
Senhor Helder Guégués
Fico algo perplexo com o seu comentário aos seus comentadores deste artigo sobre a "Suta".
Os seus comentadores estão perfeitamente correctos ao insurgirem-se contra a nomeação de "Suta" a uma "Craveira".
Tive oportunidade de contactar o Senhor Engenheiro responsável pela área técnica da firma que neste blogue se indica como fonte de tão estranha nomeação.
Da conversa entre nós havida, fiquei a saber que na Universidade onde estudou assim lho ensinaram e que assim se designa (erradamente) no meio Silvícola, o que muito me admirou.
Com quarenta anos de contacto permanente com aparelhos de medida, fiz questão de enviar a esse senhor Engenheiro, por correio electrónico, vários documentos onde se faz a definição correcta de ambos os aparelhos.
Posteriormente, verifiquei que no sítio da Internet da firma referida, a mesma ferramenta apresenta (na mesma linha de texto) quer o nome de "Suta" quer o de "Craveira Florestal Manual" o que é inaudito!!!
Ou seja, dá-se-lhe os dois nomes e assim se agrada a Gregos e a Troianos!
Para que não restem dúvidas:
SUTA é uma ferramenta manual destinada a medir, comparar ou transportar um ÂNGULO traçado no plano ou, mais geralmente, em DIEDRO.
Pode ser nomeada também por: "Suta simples" ou "Esquadro falso" e "Suta universal" consoante o grau de sofisticação com que foi construida e a finalidade a que se destina.
De resto, o Senhor Guégués correctamente identifica a “Suta” no artigo imediato a este, sobre as Ferramentas de Carpinteiro.
CRAVEIRA é uma ferramenta manual que permite medir comprimentos, ou seja DISTÂNCIAS entre dois pontos (não muito afastados) da superfície de objectos.
Pode ser nomeada também por: “Compasso de corrediça” (designação que caiu em desuso), “Paquímetro” (mais comum no Brasil) e, na gíria das oficinas de Mecânica, “Peclise” (que se pronuncia com o primeiro “e” aberto)e que é o aportuguesamento da designação francesa “Pied à coulisse”.
Sem qualquer dúvida e definitivamente, o instrumento que mostra neste artigo e que se destina a medir os diâmetros dos troncos de árvores, chamem-lhe erradamente suta ou o que quiserem é, na realidade, uma CRAVEIRA e nunca se pode confundir com uma suta a não ser por quem labore em erro.
"Mau é não ensinar mas pior é ensinar mal" como fica provado na propagação do erro que neste caso já se verifica.
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