10.10.09

Léxico da chapelaria

E por falar nisso…


      Na recensão da obra Indignação, de Philip Roth (Lisboa: Dom Quixote, 2009, tradução de Francisco Agarez), escreveu Paulo Nogueira: «Como sempre, Roth é exímio ao facultar o contexto. Na “Pastoral Americana”, ficamos a saber tudo sobre fabricação de luvas (talvez mais do que o necessário). Aqui, quando acabamos o livro, podemos abrir um talho» (Actual, 3.10.2009, p. 34). Isto porque o pai do protagonista, Markus Messner, é talhante kosher. Sou grande apreciador deste tipo de literatura, e, se bem que o contexto não seja dado apenas pelo recurso a um léxico próprio, quero contribuir para que futuras obras forneçam contextos informativos. Hoje divulgo alguns termos ligados à chapelaria. Poucos, mas outros léxicos, como o relativo ao cavalo, começaram assim e actualmente têm mais de mil entradas.
Cardiço m. Espécie de carda pequena, usada pelos sombreireiros para levantar o pêlo aos chapéus.
Castrorrosa f. Máquina da indústria de chapelaria.
Copa f. A parte do chapéu, boné, etc., que cobre directamente a cabeça.
Formilhão m. Instrumento com que os chapeleiros enformam as abas dos chapéus.
Formilho m. Instrumento de chapeleiro, para enformar a boca da copa dos chapéus.
Fulista m. Oficial de chapelaria encarregado de preparar os feltros.
Potança f. Prov. dur. Peça de madeira ou cepo sobre a qual os chapeleiros amaciam e lustram os chapéus de seda.
Propriagem f. Trabalho que os chapeleiros executam nos chapéus depois de tintos.│Oficina onde se preparam os chapéus.
Secretagem f. Operação que consiste na aplicação de químicos, à base de compostos de mercúrio, destinados a realizar transformações específicas no pêlo.
Sombreireiro m. Fabricante ou vendedor de sombreiros ou chapéus.
Suflagem f. Operação em que o pêlo é afastado e soprado dentro de uma máquina, de tal forma que o mais leve passa à operação seguinte e o mais pesado, com impurezas, é retido e rejeitado.