15.11.09

Sobre «Amish»

Essa é que é essa

      «No Spectator de 7 de Novembro, Sarah Churchwell chamava a atenção para a moda dos romances Amish e das virgens castas da série Twilight» («Antes assim», Miguel Esteves Cardoso, Público, 15.11.2009, p. 37). Pois é, mas numa notícia («Atirador mata três alunas numa escola amish dos Estados Unidos») do mesmíssimo Público de 3 de Outubro de 2006, assinada pela jornalista Isabel Leiria, lia-se: «A escola tinha apenas uma sala, frequentada por 27 alunos, do 1.º ao 8.º ano, da comunidade amish — cristãos evangélicos que vivem da forma mais simples e austera possível.» Se não está aportuguesado, não deveremos escrever como Miguel Esteves Cardoso — com maiúscula inicial, porque se trata de um adjectivo próprio, categoria que não existe na nossa gramática? No texto citado por Miguel Esteves Cardoso, a autora usou quinze vezes a palavra, sempre, naturalmente, com maiúscula.

[Post 2809]

2 comentários:

MEC disse...

Como sempre, meu caro Helder, não só tem razão como ensina e corrige. O meu pai orgulhava-se sempre, perante as regras ortográficas da minha mãe inglesa, que nós, ao contrário dos ingleses, não éramos vaidosos ao ponto de escrever 'eu' nem 'portugueses' com maiúsculas.

Como é que me esqueci da minha própria regra? É a maldita costela inglesa, não é?

Um grande abraço,

Miguel


P.S.

Só não respondo a todas as lições que me dá por vergonha de ser tão reincidente - se é que este "tão" é português...

Helder Guégués disse...

A sua humildade obriga-me também a ser humilde: lições é o que o Miguel nos dá todos os dias numa crónica em que, como sempre, reinventa a própria língua.
Um abraço,
Helder