«“José Sócrates tem todas as condições internas e plena legitimidade eleitoral para exercer as funções que exerce. Não se justifica, por isso, essa cenarização.” Confrontado pelo i com a possibilidade de substituir José Sócrates no governo e no partido, António Costa, o número dois do PS, exclui-a liminarmente» («Se Sócrates se demitir, António Costa aponta para Teixeira dos Santos e Gama», Ana Sá Lopes, i, 13.2.210, p. 22).
Os dicionários não registam a palavra cenarização, mas ela faz falta — pelo menos a quem vive de construir cenários, os conjuntos de elementos visuais que compõem o espaço onde se apresenta um espectáculo teatral, cinematográfico, televisivo, etc., não, como se diz em sentido figurado (e que talvez apenas o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa registe), os desenvolvimentos programados ou previstos de uma acção.
[Post 3154]
5 comentários:
E "encenação" não serve?
Não.
Já agora gostava de saber porque não...
Porque todas as acepções, dicionarizadas ou não, de encenação remetem para ideias diferentes da que se pretende expressar com cenarização.
O Houaiss tem esta aceção para encenação:
«4 Derivação: sentido figurado.
atitude que se caracteriza pela falta de sinceridade ou por não corresponder à verdade, e cujo fito é iludir ou impressionar alguém
4.1 criação fantasiosa, artifício enganoso; cena, invenção, fingimento»
Na frase citada pelo jornal i, António Costa parece estar a referir-se a hipóteses que ele considera fantasiosas.
Enviar um comentário