«Mandaram-na a outra enfermaria com uma pinça e uma ebonite para tirar os estilhaços da perna de um aviador» (Expiação, Ian McEwan. Tradução de Maria do Carmo Figueira e revisão de Ana Isabel Silveira. Lisboa: Gradiva, 5.ª ed., 2008, p. 338).
Desde o século XIX que se usa o termo em Portugal. O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, por exemplo, dá esta definição: «substância dura, negra, obtida por vulcanização da borracha, com 30 a 50% de enxofre, utilizada na indústria eléctrica e na confecção de vários objectos; ebanite, vulcanite». Todos os dicionários, mesmo os de língua inglesa, registam algo semelhante. Qual é o problema? É simples: a definição devia incluir os objectos, para diversos fins, feitos deste material. (Caro Paulo Araujo, dê uma palavrinha a Mauro Salles.)
[Post 3352]
2 comentários:
Acredito que a matéria-prima ebonite (ou vulcanite) não é mais usada para a confecção de utensílios domésticos, dada a imensa gama de matéria plástica moderna, derivada do petróleo, que a substituiu nesse mister. O Aulete (versão original) cita bacias e pentes, seguramente obsoletos. Seu uso atual é como isolante elétrico, em baterias, ou em equipamentos resistentes a material tóxico, estes citados no Houaiss.
Ainda assim, e eu pensei no mesmo quando escrevi o texto, permanece o problema lexicográfico, único que aqui nos importa.
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