«Os dicionários da Porto Editora já não fazem qualquer referência a homem ou mulher na definição de casamento, que descrevem como um “contrato civil celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família em conjunto”. Os dicionários do grupo Leya, nomeadamente os da Texto Editores, “já estarão adaptados na próxima edição”, disse fonte do grupo» («Cada escola decide como vai explicar casamento ‘gay’», Pedro Sousa Tavares e Patrícia Jesus, Diário de Notícias, 19.5.2010, p. 14).
Só dicionários de pouca qualidade como o Houaiss continuarão a definir casamento como a «união voluntária de um homem e uma mulher, nas condições sancionadas pelo direito, de modo que se estabeleça uma família legítima», o que relevará inevitavelmente da própria mentalidade retrógrada dos Brasileiros...
Tanto por onde melhorarem, tantas lacunas e más definições e contradições, mas os dicionários gostam de estar na crista da onda nestes aspectos.
[Post 3493]
7 comentários:
Um leitor menos atento poderá não perceber que o segundo parágrafo é uma ironia. É claro que o Houaiss não é um mau dicionário, e é claro também que os Brasileiros não são retrógrados.
Infelizmente, os Portugueses é que gostam de estar na «linha da frente» neste tipo de questões, talvez para tentarem esconder um certo complexo de inferioridade.
Esta do casamento é mais uma «modernice» de que nos iremos arrepender algum dia, se calhar quando já não houver retorno possível...
Sou conhecedor da sociedade brasileira e posso afirmar que ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a sociedade brasileira é de facto retrógada. Isto é especialmente notório no interior do Brasil, mais retrógado que Portugal. A atitude descontraída e aberta dos brasileiros em relação ao sexo é muitas vezes confundida com uma mentalidade aberta a todos os temas. Não é assim. Aventurar-me-ía a dizer que essa abertura em relação ao sexo vêm da influência da cultura africana, enquanto que o conservadorismo em outros temas é influênciado por uma igreja altamente conservadora e com bastante influência na sociedade, entre outros aspectos, claro está. Provavelmente, o casamento entre pessoas do mesmo sexo encontraria mais resistência na sociedade brasileira do que encontrou na portuguesa.
Num espaço para discussão de ortografia ficaria bem debatermos a falta que faz um "ponto de ironia" que, graficamente, nos ajudasse a distinguir o que escrevemos, completando o efeito do "?" - "ponto de interrogação" - e o "!" - do "ponto de exclamação".
Para não ter de mudar o teclado, talvez o "#" servisse: já que a ironia é um instrumento de literatura ou de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa.
Não acho que o Houaiss defina o casamento do modo como define por estar mais ou menos atualizado, por ter mais ou menos qualidade!
Estarão os dicionários sempre na crista da onda em aspetos de direitos humanos?
Os fazedores de opinião também não#
No dicionário Sacconi, que é um dicionário de usos, a definição já não é tão tradicional(lítotes):
"ca.sa.men.to (cà) s.m.(o) 1. União, normalmente entre um homem e uma mulher, segundo as leis civis e religiosas; união conjugal; matrimônio: o casamento é um sacramento, para a Igreja Católica."
O Segundo Anónimo está a passar atestado de ignorância, com essa declaração infeliz sobre influência africana e tudo o mais. Nota-se que não conhece tanto do Brasil como diz, e nem um pouco de Antropologia para vir com uma dessas!
No mais, comparar Portugal, um país que em tamanho e população não é maior do que o simples estado do Rio Grande do Sul,compará-lo ao "gigante pela própria natureza", o Brasil, infitamente mais rico e diversificado culturalmente (donde fica prejudicada quase toda generalização burra) -- tal comparação é um disparate dos grandes.
Ora, ora, ora...
Quem diria! Um simples verbete semeando a discórdia!
O Sr. Anônimo demonstrou possuir um pouco de "sangue racista" em suas veias, ao comentar que a mentalidade aberta em relação ao sexo, observada em terras brasileiras, deve-se à influência afro? Ora, francamente!
Como se somente em países afro as pessoas se dessem ao deleite, ou ao desfrute, como queiram.
O caso é bem mais sério.
Seriam os brasileiros mais conservadores que os portugueses?
Quem seria menos preconceituoso e mais aberto às novidades?
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