«Quem tem razão», pergunta-me o leitor e também revisor J. J. L., «aqui como noutras situações — os dicionários ou os falantes/escreventes? É que, dos quatro ou cinco dicionários que compulsei, nenhum regista a variante “fariseísmo”, de “fariseu”, e todos pelo contrário apontam “farisaísmo”, de “farisaico” — e eu próprio estaria mais tentado a concordar com a primeira…»
Bem, o que me parece é que a forma farisaísmo, a única que os dicionários registam, é contra-intuitiva, pois de fariseu nunca a obteríamos. O que acontece é que farisaísmo se obteve a partir da forma radical farisa + ismo. É muito raro ouvir (talvez menos ler) a forma dicionarizada.
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3 comentários:
O problema é que a pronúncia, se considerarmos apenas o lisboês, também não ajuda, já que ambas as variantes serão ouvidas da mesma forma.
Pequeno embora, Portugal é mais vasto e, no caso, creio que a escrita é determinante. Para mim, é e continuará a ser farisaísmo.
Caro Leiria,
Neste caso, a pronúncia lisboeta está inocente. Ela só teria um papel, se se tratasse dum ditongo (farisêismo = farisâismo). Não é, patentemente, o caso.
Dou-lhe, sim, razão numa coisa (e essa é curiosíssima): "Lisboa" tende a tratar o primeiro elemento da sequência ê-i como se o fosse dum ditongo. Veja-se ateísmo, europeísmo, feíssimo e semelhantes.
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