Um avisa que outros podem não perceber a frase, outro afirma que não percebe: «Já a campanha com o lema Foi o Pai que me ensinou peca por ineficaz: para quem está fora da Igreja (e para muitos dos que estão dentro) o significado do “Pai” não era perceptível» («A (falta de) estética católica e os avisos do Papa», António Marujo, Público, 12.05.2010, p. 5). «Confesso que não percebo a campanha “Foi o Pai que me ensinou”, que está por todas as ruas para comemorar a visita papal. Sei que este Pai se escreve com maiúscula porque foi assim que a Agência Ecclesia escreveu no despacho que anunciava a campanha. Pelos mupis e pelos cartazes não se pode saber porque está tudo em maiúsculas. As notícias que li sobre a campanha falavam do slogan como se fosse a coisa mais evidente do mundo e não explicavam que pai era aquele. Imagino que alguns dos jornalistas que estiveram na conferência de imprensa onde a campanha foi apresentada eram católicos praticantes e perceberam logo tudo e que os outros tiveram vergonha de perguntar para não lhes chamarem ateus, mas a verdade é que eu não sei de que pai estão a falar. Do Pai Eterno? Do pai, daquele que não costuma precisar de maiúscula? Do pai espiritual? Do Papa?» («As nove virtudes teologais», José Vítor Malheiros, Público, 12.05.2010, p. 41).
E a frase está acaso descontextualizada? Não está inserida numa campanha? Se quase 90 % dos Portugueses se declaram católicos e a Igreja Católica não é proselitista, acho que não há problema nenhum. E, por outro lado, como se afere a eficácia de uma campanha: perguntamos aos colegas se perceberam? Perguntamos em casa, à nossa família?
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