9.6.10

Acordo Ortográfico

Uns esperam, outros avançam


      Outubro de 1974. A reforma ortográfica de 1973 («Artigo único. São eliminados da ortografia oficial portuguesa os acentos circunflexos e os acentos graves com que se assinalam as sílabas subtónicas dos vocábulos derivados com o sufixo mente e com os sufixos iniciados por z.») está quase a fazer dois anos. É publicada, pelo Círculo de Leitores, a tradução (de Tomaz Ribas e revisão de Correia de Pinho) de This man and this woman, de James Thomas Farrell (1904–1979). Dois excertos: «Walt estava confortàvelmente sentado numa cadeira, acalmado pela música do aparelho de rádio» (p. 15). «Entregava-se-lhe com tanta atenção que era quase como se não estivesse ali, sentado na sala, mas sòzinho em qualquer outro lugar» (p. 21). E assim em toda a obra, e a reforma ortográfica fora mínima. Imagine-se agora com o Acordo Ortográfico de 1990. Hoje o grupo editorial Impresa começa a aplicar o acordo ortográfico, mesmo sem vocabulário comum, ao passo que o Estado vai esperar.

[Post 3564]

2 comentários:

aquelabruxa disse...

Acordo - venha ele! Estou pronta. Tem lógica e vai facilitar muita coisa (a nível do português europeu – quero lá saber se vai melhorar qualquer relação entre Portugal e o Brasil). Ou eu me engano muito ou quando andava no secundário ainda usávamos os acentos nas palavras acabadas em “mente”. Provavelmente, assim como nada se tem praticado do acordo de 1990, nos anos 80 também ainda não se praticava o acordado em 1973…

Anónimo disse...

É caso para dizer que o "Sol" ficou muito mal na fotografia. Na p. 43 da edição de 18/06/2010, pode ler-se: «Primeiro foi Nani a retratar-se do comentário infeliz que fez à chegada a Lisboa, de que numa semana estaria apto para jogar.» E nem sequer podem tentar mitigar o erro apelando ao Acordo Ortográfico de 1990, porque ainda não aderiram a ele, como prova a frase que vem logo a seguir: «Depois, foi a vez de Deco pedir desculpa por ter lançado um míssil na direcção de Queiroz, ao queixar-se da posição em que alinhou frente à Costa do Marfim.»

Fernando Ferreira