«Não houve nem falsos radiofaróis atraindo enganadoramente para o desastre o avião, nem mísseis prontos a destruí-lo, nem “uma longa mão” dos serviços secretos sul-africanos, ou soviéticos, ou mesmo moçambicanos» («O mistério continua», Luísa Meireles, Actual/Expresso, 15.05.2010, p. 14).
O Dicionário Houaiss define radiofarol como o «equipamento que emite determinados sinais de rádio para orientação do navegante»; o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, como a «estação emissora de ondas radioeléctricas que permite a um navio ou a um avião determinar a sua posição e seguir na rota prevista»; o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, como a «estação fixa de rádio, de emissão temporária ou permanente, cujos sinais, captados a bordo de uma aeronave, permitem determinar a sua posição». Esta última definição parece-me dúbia. Quanto à definição do Dicionário Houaiss, creio que seria melhor ter optado pelo termo «navegador» em vez de «navegante». A definição constante do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa é (mas gostaria de conhecer a opinião de quem sabe destas questões, como Paulo Araujo) lapidar.
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1 comentário:
Sobre a definição do Houaiss, parece vir da característica do arcaísmo no PB (ver no Houaiss a marcação USO): a rigor, navegante e navegador não são sinônimos absolutos, tendo aquele mais dois séculos de vida que este; na definição do Priberam, o ‘seguir na rota prevista’ parece exorbitante, pois nada obriga a um navegante (no ar ou no mar) a seguir a derrota predeterminada, após ter sua posição marcada com auxílio do RF; a do dicionário da Porto é limitante à navegação aérea, portanto incompleta; uma definição mais técnica é a do Dicionário Marítimo Brasileiro: “Emissor de um sinal característico, destinado a orientar o navegante por meio de marcações obtidas com um radiogoniômetro”.
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