«A Procuradoria Geral da República (PGR) anunciou ontem a abertura de um inquérito para apurar se a relação pessoal entre a procuradora-adjunta, Carla Dias, e José Felizardo, que foi perito no processo dos submarinos e é presidente da INTELI, prejudicou a investigação à compra dos submersíveis ao German Submarine Consortium (GSC)» («PGR investiga relações pessoais», António Sérgio Azenha, Correio da Manhã, 21.07.2010, p. 52).
«Adjunto», já aqui o vimos, nunca se liga por hífen a outros elementos de locuções. (O hífen deve ter caído da primeira linha, de «Procuradoria-Geral».) Mas não é disso que quero agora falar. Nem daquela inconcebível pontuação depois de «procuradora adjunta». Antes sobre o vocábulo submersível. Talvez não passe de escusado galicismo, mas vejamos o que registam os dicionários.
Se o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora o faz equivaler a «submarino» (tal como o Dicionário Houaiss, que acrescenta que é pouco usado), já o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa define assim «submersível»: «Espécie de torpedeiro que, em caso de necessidade, pode navegar submerso.» Em francês, por exemplo, sous-marin e submergible remetem para conceitos diferentes — e, pelo que posso ver, também em português. Logo, optar por um ou por outro vocábulo não é nunca uma questão estilística.
[Post 3714]
1 comentário:
Não se compram mais submersíveis (subst.) porque não não são mais fabricados (na definição do PRIBERAM - com respeito à arma do início do século passado); obviamente, todos os submarinos, são absolutamente submersíveis (adj.)
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