«Conta Pedro Falcão que um dia o rei foi visitar oficialmente o kaiser Guilherme II, senhor do império alemão» («Rapsódia em C», Nuno Pacheco, P2/Público, 19.07.2010, p. 3). E assim três vezes: kaiser, kaiser, kaiser. (E nisto é parecido com o mostrengo, que voou três vezes a chiar.)
Se era para escrever como se não escreve em alemão, então o jornalista poderia ter optado pelo aportuguesamento — cáiser. Em alemão, o título e designação do imperador do Sacro Império Germânico (962–1806), da Áustria (1804–1918) e especialmente da Alemanha (1871–1918), para usar a definição do Dicionário Houaiss, é Kaiser. Sobretudo, o jornalista deveria ter seguido o que recomenda o próprio Livro de Estilo do jornal em que escreve: «Em alemão, os substantivos escrevem-se com maiúscula inicial e não fazem o plural acrescentando s.» Até a consulta do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora resolvia, no que concerne à ortografia, a questão. (Já a definição é, neste dicionário, menos informativa: «imperador da Alemanha Guilherme II, desde a sua coroação, em 1888, até 1918 (fim da Primeira Grande Guerra)».)
[Post 3708]
2 comentários:
"Concerne"?
Esclareça-me: estou em crer que em português será mais correcto "no que diz respeito". Trata-se de um galicismo, certo? Mas eu sou um simples leigo que falo esta estranha língua. Muito obrigado.
Errado.
Enviar um comentário