8.7.10

Sobre «ethos»

É pena


      Habitualmente, em obras de filosofia, pelo menos as editadas em Portugal, só se usa ethos. Que ethos é este? É, ou pode ser, o vocábulo grego ἔθος, que os Romanos transliteraram por ĕthos, «hábito, costume, tradição», e raiz de «ética». Já ἦθος foi transliterado para o latim como ēthos, e é habitualmente traduzido por «morada, residência, domicílio», e, por extensão de sentido, «carácter, natureza habitual». O Dicionário Houaiss menciona-os, respectivamente, como éthos e êthos, dois grecismos. Mas, no aportuguesamento, é apenas etos que consta neste mesmo dicionário para os dois vocábulos. Lá se evolou a univocidade, ideal e necessidade de toda a ciência.

[Post 3674]


Actualização em 5.10.2010

      «Os seres humanos são constitutivamente abertos à questão ética, porque nascem por fazer, devido à neotenia, e devem fazer-se bem moralmente, porque a sua lei é a lei da liberdade e da dignidade. Devemos habitar o mundo eticamente (o étimo de ética é êthos, morada)» («Quem guardará o guarda?», Anselmo Borges, Diário de Notícias, 2.10.2010, p. 62).


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