10.8.10

Como se escreve nos jornais

Pós de desleixo


      «Morreu Tony Judt, o historiador da Europa do pós II Guerra Mundial», titulava ontem o Público um texto da autoria de João Manuel Rocha (Público, 9.08.2010, p. 11). Só que jornalista, editor e copidesque esqueceram-se de que pós- é um prefixo que se liga ao elemento seguinte por meio de hífen. Mas há mais: «Nascido numa família de judeus seculares em Londres, em 1948, passou Verões da adolescência em kibutz e tornou-se um fervoroso defensor de Israel.» Há quem o preconize, mas não eu: o plural dos estrangeirismos deve ser feito de acordo com as regras da língua a que pertencem. A mesma notícia no Diário de Notícias: «Sionista convicto quando adolescente (passou vários Verões a trabalhar nos kibbutzim (aldeias comunitárias), a posição de Judt foi-se alterando ao longo dos anos» («Historiador judeu que escrevia sobre a Europa e criticava Israel», Diário de Notícias, 9.08.2010, p. 39). Aqui, o jornalista só se atrapalhou com os parênteses, mas vejam o parágrafo de abertura: «A obra [Pós-Guerra — História da Europa desde 1945], publicada em 2005 e editada em Portugal pelas Edições 70, foi finalista do prémio Pulitzer e foi classificada por Louis Menand na revista New Yorker como “virtualmente suprahumana”» (idem, ibidem). Se isto é português, vou ali e já volto.

[Post 3771]

1 comentário:

Anónimo disse...

De dar dó (da gente). =D