28.8.10

Como se escreve nos jornais

Do espanador para o rato


      Pelo menos três pessoas deviam ter lido o artigo, mas saiu isto: «Renato Pedro é um dos 1436 portugueses que tiveram de ser internados devido ao vírus H1N1, mas a sua história é única, tanto em Portugal como, provavelmente, a nível internacional. Porque passou meses em coma, fez choques cépticos, teve uma pneumonia bilateral extensa, entrou em falência renal e, por várias vezes, foi resgatado de paragens cardio-respiratórias» («Doente com gripe A teve alta após luta de um ano pela vida», Helena Norte, Jornal de Notícias, 27.08.2010, p. 6). E, no fim, o leitor ainda foi brindado com uma «musculatura orofaringea». Talvez a senhora da limpeza, romena ou ucraniana, andasse por ali a espanejar e tivesse decidido fazer a revisão do texto. Reparem como aos erros se junta o jargão médico: «fez choques». Chocado fico eu com este psitacismo jornalístico.

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