Imagem tirada daqui
Seco ou enjoado, no paneiro
Estão a ver as bases rectangulares onde o peixe está a secar? Como se chamam? Pois é, também eu, há uns anos, tive muita dificuldade em traduzir uma palavra espanhola para designar o mesmo. «Francelina sorri e continua a labuta. Tem vários paneiros (grandes rectângulos de madeira, onde é aplicada rede de pesca da arte xávega esticada, de modo a que o ar circule e seque o pescado), para preencher e o tempo escasseia» («Nazaré mantém viva a tradição da secagem do peixe», Alexandra Serôdio, Jornal de Notícias, 9.08.2010, pp. 24 e 41). E o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, que regista tantas acepções até caídas em desuso, como o regionalismo (alentejano?) com que se designava o rapaz que estendia panos (chamados toldos ou toldes — mais uma acepção ignorada pelos dicionários — feitos de ráfia) debaixo das oliveiras durante a apanha da azeitona, não regista o vocábulo nesta acepção.
Vá, agora já podem pôr carapaus, salemas, sáveis e polvos a secar nos paneiros. Ao gosto de cada um: «[Francelina Quinzico] Explica que há quem goste do peixe seco, que demora dois a três dias a secar (dependendo das condições climatéricas e da temperatura), ou do enjoado[,] que “não é bem seco nem bem cru”» (idem, ibidem).
[Post 3776]
2 comentários:
Salvo erro é também a designação que os pescadores no Algarve dão às tábuas amovíveis na proa dos botes, onde punham os safios que apanhavam, por exemplo, para que se contorcessem até morrer. As mesmas tábuas são usadas para a finalidade que indicou.
Cumprimentos
Pedro Bernardo
Sem querer polemizar, o paneiro, como conheço, fica na popa das embarcações miúdas.
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