O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora só regista homem-bom, homem-galinha e homem-rã. Ora, homens-bons já não há; homens-galinhas só no Brasil; os homens-rãs metamorfosearam-se em mergulhadores. O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa regista homem-bom, Homem-Deus, homem-orquestra, homem-rã e homem-sanduíche. De vez em quando, porém, vai-se insinuando, por enquanto ainda apenas nos jornais, outro homem composto: «Uma corrida contra o tempo para salvar vidas, num ambiente aterrador, exigiu serenidade ao homem-forte das operações de socorro do distrito» («“As equipas que intervêm têm de ter alguma frieza nestas situações”», Joana Capucho, Diário de Notícias, 25.08.2010, p. 5). E justifica-se o hífen neste caso? Não configura um sentido diferente da simples adjunção dos vocábulos «homem» e «forte»? Como entre «braço-direito» e «braço direito». Está aí a resposta.
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