27.8.10

«Suite»/«suíte»

Há muitos anos


      «Foram três dias difíceis, de grande sacrifício pessoal. O repórter Ricardo Dias Felner entrou no motel D’lirius Azuis, entre Rio de Mouro e Sintra, às 13h. Saiu às 18h, depois de uma longa e detalhada bateria de testes à suíte principal» («O teste aos motéis», Miguel Pinheiro, Sábado, n.º 326, 29.07.2010, p. 6).
      Como o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista o vocábulo «suíte», seja o quarto de hotel, seja o termo do léxico musical, sem acento agudo, temos mais de metade da população a escrever dessa forma. Faz-me lembrar o que acontece em certo jornal: dois revisores grafam sempre a palavra «míster» com acento, outros dois grafam sempre sem acento, e o quinto grafa ora de uma ora de outra forma em função de com quem está acompanhado. Um critério de conveniência... Ah, sim, o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista o vocábulo aportuguesado, com acento: «míster».

[Post 3820]

3 comentários:

R.A. disse...

O nosso prezado Helder Guégués já deve ter visto mas chamo a atenção para o dicionário Infopédia da Porto Editora que grafa suite e mister sem acento. É certo que também tem míster (do inglês mister) como treinador de futebol ou vencedor de concurso de beleza masculino! E na pesquisa aparece-me primeiro este...

R.A. disse...

O Houaiss e o Aulete apenas aceitam a grafia com acento.
O Dicionário da SLP/Círculo de Leitores também. Já o da Academia da Ciências, Portugal, tem suite que remete para suíte...
Às tantas vai ser preciso um acordo ortográfico! Mas... fui ver o AO 90 e fiquei na mesma.
Ajudem-me!

Helder Guégués disse...

Tenha calma, R. A. Partamos já para as conclusões: o aportuguesamento e o seu registo nos dicionários da língua portuguesa não são feitos de forma coerente. Quanto ao AO1990, não é para aqui chamado, pois, das escassíssimas referências a estrangeirismos, apenas se retém esta espécie de ideia: que os topónimos de línguas estrangeiras se devem substituir, tanto quanto possível, por formas vernáculas — mas somente quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente. Imagino que para os fautores deste acordo, e mais para os autores, aportuguesamentos como Duisburgo e Magaliesburgo, recentemente usados por toda a imprensa, não passassem nesse exame.