Quota e cota. Não são vocábulos completamente intermutáveis. Se há quem (nanja eu) prefira pagar as «cotas» do condomínio, seria bom que ninguém quisesse usar «quota» para se referir à diferença de nível entre qualquer ponto e aquele que se toma para referência. Seria, mas com os jornalistas, que até põem o presidente da República a «dissolver» o Governo, tudo é possível: «As pontes foram construídas a uma quota inferior à que se encontra na “Ponte Praça” e os moliceiros e mercantéis que são utilizadores [sic] por privados nos passeios turísticos da ria circulam com as proas serradas como forma de poderem navegar naquele canal urbano» («Pontes de canal vão ser mais altas», Jesus Zing, Jornal de Notícias, 12.10.2010, p. 27). O Dicionário Houaiss, porém, fá-los sinónimos nestas acepções. A tradição, senhores, a tradição manda o contrário. E digo-te mais, Houaiss: não sabes o que é um mercantel.
[Post 3964]
2 comentários:
O termo não deve ser muito antigo em Portugal; meu Aulete1881 não o registra, mas como está no Aulete Digital, deve ter sido incluído em 1925(2.ed.) ou em 1948(3.ed.); ou, quem sabe, na 1.ed. brasileira, em 1958.
Como era de se esperar, está no Cândido de Figueiredo, não sei se desde a 1.ed., em 1899.
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