Na obra de Cervantes, há uma personagem, um ladrãozeco ainda no início do seu exigente tirocínio, que, em conversa com outro de tal ofício e semelhante inclinação, afirma que pior é ser herege ou renegado, ou matar o pai e a mãe, ou ser «solomico». «Sodomita», corrige o outro, mais conhecedor. Até ao século XIX, sodomita («perfeito», o que tinha relações sexuais anais com homens, e «imperfeito», o que tinha relações anais com mulheres) era o único termo usado, e apenas em referência a um acto concreto, não como marca identitária ou reflexo de determinada orientação sexual, como passou a ser com o termo «homossexual», cunhado em 1868 pelo jornalista e escritor austro-húngaro Karl-Maria Kertbeny (1824―1882).
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1 comentário:
Palavras com um grande futuro...
- Montexto
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