Casos políticos. «Esta semana, o protagonista foi o deputado Vítor Baptista, recandidato derrotado ao PS-Coimbra. Escreveu uma carta aos seus camaradas acusando um dirigente do partido — André Figueiredo, chefe de gabinete de Sócrates no PS e secretário nacional adjunto — de tráfico de influências (dizendo que este lhe ofereceu um cargo de gestor público em troca de assistência). Figueiredo já disse que está de consciência tranquila e admite recorrer à justiça. A acusação é grave, embora desvalorizada por muitos (a começar por alguns deputados do PS, que só quiseram reparar nos erros de português da carta)» («Um olho no burro, outro no cigano», Teresa Dias Mendes, Diário de Notícias, 16.10.2010, p. 21).
A carta está aqui, podem lê-la. Pena é que os deputados do PS só se lembrem de erros de português nestas alturas. Reparem também no facto de o signatário se assinar Victor e não Vítor. A consultora do Ciberdúvidas Teresa Álvares, certa vez, à pergunta de uma consulente sobre se podia dar o nome Victor, o mesmo do marido, ao filho, começou por dizer: «Não sei se a Conservatória de Registo Civil aceitará tal grafia, mas mesmo que aceite não é a correcta.» Aceita — e bastava ter perguntado ou pesquisado. Depois de outras considerações, a meu ver improcedentes, remata: «Não sei que idade tem o seu marido, mas “Victor”, “Tereza”, “Mello”, “Thomaz” não são ortograficamente aceitáveis desde a revisão de 1911.» Pois é, mas vá lá tentar persuadir quem tem tais nomes a mudá-los.
[Post 3982]
2 comentários:
Ainda sonho com o dia em que o Brasil adotará semelhante relação de nomes... Acabar-se-iam as aberrações do futebol e dos pobres em geral, que gostam muito de inventar nomes próprios, quando não adaptam nomes estrangeiros de maneira ridícula (Michael -> Maicon) ou simplesmente acrescentam letras desnecessárias aos já consagrados (Michele -> Michelly).
Albarde-se o burro à vontade do dono, ou dos pais dele.
- Montexto
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