24.10.10

Sobre «legística»

Olhe que não


      Ricardo Garcia, na Pública de hoje («Legística para todos», p. 71), debruça-se, de uma forma chocarreira, sobre o Regimento do Conselho de Ministros do XVIII Governo Constitucional, recentemente aprovado (Resolução do Conselho de Ministros n.º 77/2010) e referido na imprensa. «As normas para a redacção das leis são minuciosas. Um artigo explica, em 12 alíneas, como devem ser utilizadas as letras maiúsculas, em curiosa coincidência com o que aprendemos na escola.» Sim, mas em descoincidência com a forma como até os jornalistas escrevem. Ricardo Garcia também acha que o regimento, ao dizer que «o nível de língua a utilizar deve corresponder ao português não marcado produzido pelos falantes escolarizados, designado português padrão», se afunda «nos sombrios corredores do ininteligível». Acha mesmo? «Ao menos», escreve o jornalista, «o português ganhou uma nova palavra — legística — que não encontro em nenhum dicionário. Obrigado, srs. ministros.» Só é metade verdade: os dicionários não registam, mas a palavra não é nova.

[Post 4005]

1 comentário:

Franco e Silva disse...

O Aulete Digital regista-a.