Merece ser subtraído ao esquecimento dos jornais este texto sobre a etimologia do topónimo Curaçau: «Existem várias hipóteses para explicar a origem do nome Curaçau (Curaçao, no original). E a culpa pode até ter sido dos portugueses. Uma das versões conta que um grupo de marinheiros doentes, com escorbuto, parou na ilha e aí se curou (provavelmente depois de ingerir a vitamina C dos frutos locais). Curaçau viria assim da palavra “curação”, de cura. Outra versão aponta para a hipótese de vir da palavra “coração”, por ser o centro da rota de escravos para Nova Amesterdão (actual Nova Iorque). Finalmente, pode ser o nome dos indígenas locais. Apesar de o neerlandês ser a língua falada em todas as ilhas das antigas Antilhas Holandesas, em pelo menos duas (Curaçau e Bonaire) fala-se no dia-a-dia o papiamento, uma mistura entre o português, o espanhol, línguas africanas, o neerlandês e o inglês. Diz-se que terá origem na língua dos escravos que vinham da África, havendo ainda a influência dos judeus portugueses. Estes chegaram às ilhas depois de Portugal ter reconquistado, no século XVII, parte do Brasil (Recife) aos holandeses. Os judeus teriam fugido para as ilhas temendo a perseguição dos católicos» («Vestígios de Portugal no nome e no idioma», Susana Salvador, Diário de Notícias, 17.10.2010, p. 43).
(Eu escreveria que o papiamento é «uma mistura de português, espanhol, línguas africanas, neerlandês e inglês».)
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1 comentário:
Vinte e três deles foram para a América, onde fundaram a primeira comunidade judaica em Nova Iorque.
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