«Desde logo, Obama começou pelo impossível: ser eleito. Fez apenas parte do necessário: a reforma do sistema de saúde. Fez apenas parte de outra parte do necessário: a reforma do sistema financeiro, na qual deveria ter ido mais longe com uma nacionalização-reprivatização de alguns bancos e com um estímulo à economia adequado à dimensão da catástrofe. E fracassou completamente em outra parte do necessário: fechar Guantánamo e limpar os estábulos de Áugeas do complexo militar e de informações americano, ainda dominado pela doutrina do medo que vem de Bush» («A lição de Lula e o teste de Obama», Rui Tavares, Público, 3.11.2010, p. 40).
Rui Tavares anda a ler muito grego. Nesta língua é Αυγείας, mas chegou-nos através do latim. Nós escrevemos Augias (e não falta quem escreva Áugias). Augias também é forma verbal, é o pretérito imperfeito do indicativo de augir, «tocar o auge»: eu augia, tu augias, ele augia... «Augem a perfeição», escreveu Júlio de Castilho.
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