«Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação dos Professores de Português (APP), lembra que “estamos já numa fase de transição” e que a convivência com as duas grafias — a actual e a nova — levará muito tempo. Sobre o impacto que essa situação poderá ter na avaliação dos alunos, o responsável referiu que a APP sugeriu que “durante o período de transição as duas grafias sejam aceites”. Ou seja, escrever facto ou fato será aceite, sem ser considerado um erro. Medida que foi aplicada pelo Ministério da Educação nos exames nacionais» («Editoras prontas a aplicar o Acordo Ortográfico», Ana Maia, Diário de Notícias, 10.12.2010, p. 16).
Se até uma jornalista, cujo trabalho anda todo à volta da língua, escreve este disparate, imagine-se o cidadão comum. Sabe Deus quem lhe disse que era assim...
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7 comentários:
No Brasil já é fato. Em Portugal, antes da reacção quinhentista, cuido que já era e só era feito. E é tão previsível e inevitável que venha a ser fato, que, se uma pessoa se distrai, já lhe parece que é.
- Montexto
Erro? Porquê?
«Enquanto o casal se preparava para o habitual baile de máscaras com os amigos, a frase chega-lhes através da TV.
- Ouviste a declaração do ministro, Pedro?
- O fato nem me desagrada... até tem o seu quê de engraçado.
- A sério? Não achas esquisito?
- É um pouco estranho, sim, tenho de concordar.
- Há qualquer coisa que não bate certo... Mas se o facto não te incomoda...
- Que se lixe, Vera. Os do ano passado não eram melhores.»
De facto, é um fato.
De fato, é um facto.
Que de trocadilhos e subentendidos desses se podem fazer com outros tantos homónimos, se se abstrair do contexto!
— Montexto
«Homónimos», disse?
Não seriam «parónimos», Montexto?
Sim, foi um pequeno deslize do Montexto.
Com parónimos, sim, mas com homónimos ainda mais, de modo que pode ficar com os dois, e a trocadilhos, em vez de subentendidos, acrescente-se equívocos, que fica ainda melhor.
- Montexto
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